O rebaixamento da garantia física na AES Tietê Energia ocorrida por conta do fator de ajuste do MRE teve impacto de R$ 593 milhões na companhia. Esse montante está em linha com o guidance divulgado no ano passado. O fator de ajuste no ano de 2015 foi de 15,8% ante um índice de 9,3% no ano anterior. Contudo o impacto recuou em cerca de 30% em termos financeiros, em decorrência do menor nível de preços do PLD ao longo do ano passado ante 2014. Apesar desse resultado negativo a perspectiva é positiva e a empresa aposta na melhoria dos preços no médio prazo.

De acordo com o diretor de Relações com Investidores da geradora, Francisco Morandi, o aumento do rebaixamento no MRE deve-se à combinação do desempenho da hidrologia, principalmente no primeiro semestre do ano, e a retração da carga no SIN.
Apesar desse desempenho da hidrologia, a empresa está mais otimista esse ano. Um dos motivos é o atual nível dos reservatórios das usinas da companhia que encerrou o ano passado em 65,4% ante os 34,7% no fechamento de 2014. Tanto é que para 2016 a AES Tietê está com 95% de sua energia disponível sob contratos. A empresa ainda destacou que no quarto trimestre do ano fechou contrato para fornecimento de 140 MW médios e prazo de três anos ao preço médio de R$ 152/MWh e entrega já este ano.
Para 2017 esse nível de acordos está em 88% do portfólio, o que traz maior flexibilidade de fechar acordos. Em 2018, há 498 MW médios disponíveis para comercialização. Esse fator traz uma perspectiva positiva para a empresa que vê nesse horizonte a melhoria de preços no mercado, que nesse horizonte de entrega aponta para algo entre R$ 120/MWh a R$ 150/MWh.
De acordo com Ricardo Cyrino, diretor de Desenvolvimento de Negócios, os preços no curto prazo estão mais baixos. “Olhando para 2016 os preços estão muito baixos por conta dos reservatórios e a retração do consumo, o que traz uma folga no atendimento da demanda e os valores recuam. Os valores de negócios estão em cerca de R$ 60 a R$ 70/MWh, segundo números dessa semana. Já para 2017 vemos algo entre R$ 100 e R$ 110/MWh e para 2018 indicamos essa ampla faixa de preços porque depende da economia que se apresentar recuperação ou as afluências recuarem pode alcançar o limite superior, no caso reverso, pode chegar ao patamar inferior indicado”, explicou ele em teleconferência dos resultados da companhia referentes ao ano de 2015.
Em um período de cinco anos, comentou ele, é possível se falar em preços no mercado livre a partir de R$ 150/MWh.