O governo federal já projeta um cenário de maior tranquilidade em termos de abastecimento de energia para o próximo biênio no país. O secretário de planejamento e desenvolvimento energético do MME, Altino Ventura Filho, descartou a possibilidade de racionamento de energia no país em 2016 ou 2017. Segundo ele, a perspectiva de queda de demanda este ano associada à perspectiva de aumento da capacidade de geração colocam o país em uma situação confortável em relação a esse assunto.

O representante do MME afirmou que o governo mantém a perspectiva de redução da carga neste ano em algo entre 1,5% e 2%, mesmo com o recente aumento da temperatura no país e consequente aumento da demanda em função de maior uso de equipamentos para climatização de ambientes.

A confiança do secretário tem como base a perspectiva de aumento médio da capacidade de geração no país em pouco mais de 5% nos anos de 2013 a 2015. Para o biênio 2016 a 2017, o país deverá contar com um avanço na capacidade de geração de 9,6 GW e de 7,7 GW, respectivamente. Esses volumes de energia devem-se em grande parte à entrada em operação da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) cuja previsão é de início da geração em fevereiro ou março do ano que vem. Além disso, há outras usinas que deverão ficar prontas nesse período para garantir o suprimento da demanda no país.

De acordo com a última revisão quadrimestral divulgada em agosto pela EPE e pelo ONS, a perspectiva é de que a demanda recue 1,5% na comparação ao ano de 2014. Se essa previsão se confirmar representará uma queda de 5%, ante a previsão de crescimento do consumo com a qual o governo trabalhava para este ano. “Devemos esperar que a economia se recupere um pouco e aí teremos o mercado de 2016 pouco maior que 2015. Depende da economia que é quem puxa a demanda”, comentou o secretário.

Sobre os novos valores de referência para a contratação de geração distribuída pelas concessionárias de distribuição, Altino disse que o ministério está interagindo com associações para achar o VR adequado. O assunto ainda está em avaliação no MME. Segundo o representante do governo, o MME está com vários estudos da EPE e que serão avaliados em conjunto e serão lançados para o maior número de fontes possível. Ele não indicou uma data para que esses dados sejam conhecidos, apenas resumiu ao afirmar que essa solução será divulgada em breve.