O projeto "Modelos de otimização do Despacho Hidrotérmico", liderado pelo Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora e a Duke Energy, ficou em 2º lugar entre os trabalhos desenvolvidos com recursos provenientes de pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética da Agência Nacional de Energia Elétrica. Ele concorreu com cerca de 160 projetos e terminou premiado na sétima edição do Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica, realizado de 17 a 19 de agosto na Bahia. O projeto teve início em 2010 e está em sua segunda fase, com conclusão prevista para outubro deste ano.

O país conta com Hidrelétricas, Termelétricas e usinas alternativas, como Solar e Eólica. A grande dificuldade está em saber qual delas utilizar em cada momento para gerar a energia necessária, levando em consideração, sempre, qual das opções tem o menor custo. Esta escolha é o chamado Despacho Hidrotérmico. O cálculo do Despacho Hidrotérmico é feito pelo software oficial do setor, chamado Newave. Ele contempla duas partes: uma de otimização, para aproveitar ao máximo os recursos, e uma de estatística, permitindo ver quais vazões nos reservatórios estão previstas para os próximos cinco ou dez anos, através de simulações. O software desenvolvido no projeto premiado é o Modelo de Despacho Hidrotérmico que realiza função similar ao Newave, ou seja, gera o despacho hidrotérmico ótimo para um horizonte de até dez anos à frente, com valores mensais do que pode ser gerado por cada subsistema. O resultado não especifica os valores para cada usina e, sim, para o reservatório equivalente.

O projeto teve início em 2009, quando a Aneel propôs o desenvolvimento de um produto, usando novas técnicas que pudessem melhorar o despacho hidrotérmico usando recursos destinados a P&D. O projeto do Departamento de Engenharia Elétrica do CTC/PUC-Rio e da UFJF foi aprovado em 2010 e com financiamento da Duke Energy e de outras 19 empresas, deu origem a este novo modelo para auxiliar no despacho. Após a conclusão dessa primeira fase, um grupo de empresas lideradas pela Duke propôs a contratação da mesma equipe da PUC-Rio e UFJF para dar continuidade a estes desenvolvimentos, que serão concluídos em outubro deste ano. Na divisão do projeto, a equipe do CTC/PUC-Rio ficou encarregada de trabalhar com a parte de estocástica e o grupo da UFJF estudou a otimização dos recursos.

Competiram no Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica projetos beneficiados pela lei nº 9.9991/2000, que obriga concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica a aplicarem, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,75% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, 0,25% em programas de eficiência energética no uso final. De acordo com o professor Reinaldo Castro Souza, coordenador do projeto e professor do Departamento de Engenharia Elétrica do CTC/PUC-Rio, ficar entre os três melhores da Aneel em todo país mostra ao mercado que o CTC/PUC-Rio tem a expertise na área de estocástica para contratar outros projetos e confirma a relevância estratégica do estudo.

O projeto premiado já deu origem a uma Plataforma MDDH, quatro dissertações de Mestrado, uma tese de Doutorado, três artigos publicados em periódicos de elevada relevância, 12 trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais e também a criação do site para divulgação e gestão científica do projeto.