A Copel ainda não bateu o martelo se entrará na disputa pelo terceiro bipolo da UHE Teles Pires (MT, 1.820 MW), mas da semana passada para cá já houve a definição que se entrar na disputa, essa se dará ao lado da sócia nos outros bipolos do empreendimento, a State Grid. É que as duas empresas possuem um acordo que trata da formação de uma sociedade específica entre ambas caso haja interesse no projeto. Caso não exista esse interesse, deve ser firmado uma espécie de termo de desistência para que a outra parte possa entrar na disputa.

Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Copel, Luiz Eduardo Sebastiani, a decisão mais importante nesse caso, de participar ou não da empreitada, ainda está em análise dentro da Copel. Contudo, se participar do leilão, por este que foi sinalizado como o lote que mais interessa à empresa, segundo palavras de seu diretor presidente, Luiz Fernando Vianna, esta disputa será feita em parceria com a State Grid.
Aliás, as linhas que estão em construção para conectar a usina de Teles Pires atrasaram e ganharam um novo aporte de cerca de R$ 100 milhões de cada uma das duas sócias. A nova previsão é de que o empreendimento da SPE Matrinchã e da SPE Guaraciaba entrem em operação em novembro e dezembro, respectivamente. Já o ramal para Sinop, alternativa para iniciar o escoamento da energia da UHE Teles Pires enquanto as linhas não ficam prontas, já estará disponível em setembro, revelou Sebastiani. Nesses dois projetos a Copel detém 49% de participação e a State Grid 51% do capital social. E deverá seguir essa mesma linha para o terceiro lote.
Sebastiani disse que o retorno para o investimento nesse terceiro trecho é superior ao que foi estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica nos outros projetos porque a referência de valores é bem diferente daquela oportunidade. Contudo, é preciso definir prioridades e na Copel essa prioridade passa pela gestão dos ativos que estão em construção.
“Hoje posso dizer sem medo de errar nossa atenção está voltada aos ativos em construção, mas não descarto a participação em outros leilões, de linhas de transmissão de geração de energia, há uma pauta grande de energia, tudo está sendo estudado”, afirmou o executivo após a reunião da Copel com analistas e investidores, promovida pela Apimec-SP. “Nesse momento precisamos acelerar obras que por problemas ambientais e fundiários tivemos atrasos e neste está todo o esforço de solução desses lapsos”, acrescentou.
Um dos certames que mais interessam a empresa no segmento de geração é o da relicitação das usinas cujo contrato venceu em 7 de julho, a UHE Governador Parigot de Souza (PR. 260 MW) e a PCH Mourão I (PR, 8,2 MW). Enquanto o leilão não é realizado a empresa continua a operar as duas centrais com a RAG de R$ 31 milhões e R$ 2,1 milhões ao ano, respectivamente.