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O governo federal atualizou a perspectiva de realização do leilão de energia de reserva no segundo semestre deste ano. Antes confirmado pelo Ministério de Minas e Energia para setembro, o certame – o primeiro para contratação de novos projetos de geração desde 2015 – já tem outubro como data mais provável para acontecer, de acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo. “Não podendo ser em setembro, o deslocamento de prazo será de algumas semanas, para outubro”, disse, após participar nesta sexta-feira, 9 de junho, da cerimônia de inauguração do complexo eólico Ventos do Araripe III, em Araripina (PE).

Segundo o secretário, o processo de cadastramento e habilitação de empreendimentos junto à Empresa de Pesquisa Energética será bastante simplificado se comparado aos outros leilões. As regras serão divulgadas em portaria do MME nos próximos dias, com os detalhamento e os prazos para os proponentes empreendedores de projetos das fontes eólica, solar e biomassa – as três únicas que participarão da licitação. Mesmo com governo trabalhando com o mês de outubro, a data é considerada muito apertada pelos agentes envolvidos no negócio, entre investidores e fornecedores de equipamentos.

Na avaliação de Mário Araripe, presidente da Casa dos Ventos, a data considerada pelo governo é de difícil operacionalização, dada às necessidades de disponibilização do edital para consulta pública e de inscrição de projetos de interesse. Ele considera o último bimestre do ano, especialmente o mês de dezembro, como um cenário mais factível para a realização do leilão. O executivo, no entanto, não acredita na possibilidade de o processo licitatório deixar de ocorrer em 2017, em razão da decisão já tomada pelo governo de fazer este ano e também pela grande expectativa do mercado quanto à retomada do ciclo de leilões.

Os planos da empresa, aliás, são ambiciosos para a negociação. “Nós certamente estaremos participando como desenvolvedores e muito provavelmente estaremos como investidores diretos. Vamos entrar nesse leilão de uma maneira muito agressiva”, garantiu o executivo. No caso do modelo de desenvolvedor, a ideia é oferecer projetos da empresa para que outros investidores façam os bids. Em caso de sucesso, esses parceiros fariam os investimentos na construção das usinas. Dos cerca de 6.000 MW viabilizados pela empresa em parques eólicos, 4.500 MW seguiram esse modelo e os 1.500 MW restantes foram tocados diretamente pela companhia.

Chapada do Araripe

A Casa dos Ventos conta atualmente com aproximadamente 15.000 MW de projetos em carteira, dos quais cerca de 3.500 MW já estão habilitados para participar do leilão de reserva deste ano – isto por terem conseguido habilitação técnica para o leilão que acabou cancelado no final do ano passado. Como a perspectiva de demanda para o certame é certamente inferior, a empresa seguirá com um portfólio vultuoso de projetos a serem viabilizados em um cenário de médio e longo prazos. Atualmente, o complexo Ventos de Araripe III, com 359 MW de capacidade instalada, é o único da empresa que segue em construção.

Situado no alto da Chapada do Araripe, na fronteira dos estados de Pernambuco e do Piauí, o conjunto de usinas é composto por um total de 14 parques eólicos, sendo nove no Piauí e cinco em Pernambuco, e por 156 aerogeradores instalados. Considerado um dos maiores empreendimentos de geração eólica de toda a América Latina, Ventos do Araripe III recebeu investimentos da ordem de R$ 1,8 bilhão, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Além do secretário de Planejamento do MME, a cerimônia de inauguração contou com as presenças dos governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Piauí, Wellington Dias.

Durante a cerimônia, o presidente da Casa dos Ventos ressaltou o enorme potencial de geração por meio dos ventos da região da Chapada do Araripe. Exemplo disso está no fator de capacidade médio da planta, acima do dobro que o apresentado pelas demais eólicas do país, de 40% em média. O executivo destacou ainda o investimento de R$ 150 milhões no sistema de escoamento da produção do complexo, que conta com uma linha de transmissão de 35 km e uma subestação em Curral Novo (PI). Apenas no Nordeste, a companhia iniciou a operação de cinco complexos eólicos, totalizando 1.100 MW e R$ 6,5 bilhões em investimentos.