A CPFL Energia fechou acordo com a Schneider Electric e implementará uma plataforma de operação de sua rede com previsão de término em 2023. O investimento nesse projeto é de R$ 47 milhões e chegará a todos os mais de 9 milhões de consumidores do grupo em quatro estados. A meta é a de ter mais agilidade, assertividade na operação que ganhará mais capacidade de automação.
A plataforma que será utilizada é a Advanced Distribution Management Systems (ADMS) que será implantado em todos os centros de operação das empresas do Grupo CPFL a começar por São Paulo. De acordo com a empresa, novo sistema irá disponibilizar, em tempo real, informações para os operadores sobre uma série de variáveis técnicas que influenciam na qualidade do fornecimento de energia para os consumidores, otimizando a gestão da rede. Além disso, sua operação integrará todos os sistemas já utilizados nas concessionárias como o SCADA e OMS, bem como fornecerá outras duas ferramentas: DMS, para análise e otimização do sistema de distribuição, e o EMS, para análise e otimização do sistema de subtransmissão.
Prazo inicial do projeto é de cinco anos, mas pode ser antecipado ante o que vemos em outros países para projetos desse porte
Luís Henrique Ferreira, da CPFL Energia
De acordo com o vice-presidente de Operações Reguladas da CPFL Energia, Luís Henrique Ferreira, o prazo inicial de implantação foi estabelecido em cinco anos, mas pode ser que haja algum adiantamento no cronograma inicial de trabalhos. “Por se tratar de uma operação que envolve todos os demais sistemas da empresa deve ser feita uma implantação de forma cuidadosa. Imaginamos que mais do que os ganhos que teremos, a nova plataforma tem a robustez que permite automatizar de forma maciça as operações com grande volume de dados, mas de forma inteligente com capacidade de análise com mais acuracidade”, analisou o executivo.
Os ganhos previstos em termos de melhoria de indicadores ainda estão em fase inicial. A expectativa é de melhoria no DEC, FEC e perdas de energia. Contudo, a CPFL preferiu não sinalizar em quanto poderia chegar essa evolução. Até porque, Ferreira classificou essa estimativa como um cálculo que não é trivial e que depende de diversos fatores.

O ADMS, explicou a CPFL Energia, permitirá a inclusão de novas funcionalidades. Entre elas estão a gestão em tempo real dos ativos, localização dos defeitos na rede e realização de manobras automáticas para reestabelecimento do serviço – o chamado self-healing – reduzindo o tempo de falta de energia, ajustes em tempo real dos equipamentos para melhoria do perfil do nível de tensão e carregamento da rede, o despacho de carga ativa ou reativa, e ainda, o envio automático do plano de recomposição da rede das equipes de campo.
No momento a empresa trabalha no detalhamento e refino dos passos da implantação do ADMS para ter mas preciso o cronograma de trabalho. A expectativa da empresa é de em dois anos implantar no setor de tecnologia da informação da companhia, a partir daí serão três anos para o roll out nas empresas. Por isso, há uma possibilidade de antecipação do prazo de cinco anos estabelecido inicialmente até por referência em projetos desse porte realizado em outros países feito pela Schneider.
As empresas de São Paulo serão as primeiras a passarem pelo processo de implantação, até porque, explicou o vice presidente, fica mais fácil de acompanhar o andamento dos trabalhos por estarem próximos à sede da companhia. Depois será a vez das duas concessionárias no Rio Grande do Sul.
No Brasil a CPFL é a primeira empresa a utilizar a solução da Schneider. Segundo o vice-presidente da divisão Energy da multinacional francesa, Júlio Martins, as concessionárias partiram para soluções independentes, mas que não são completas ao atender uma demanda especifica. A CPFL, corroborou ele, é a pioneira a realizar esse tipo de trabalho no país.
Contudo, as perspectivas para a fornecedora começam a ficar mais interessantes. Segundo o executivo, existe uma demanda para esse tipo de solução no país, isso porque o setor vem encarando um avanço no nível de aplicação de sistemas e de volumes de informações que deixa a operação mais complexa e que, segundo ele, “é  humanamente impossível analisar as informações e tomar decisões de forma assertiva em pouco tempo. “Temos uma demanda pela solução, mas percebemos que as empresas estão olhando a experiência da CPFL antes da tomada de decisão”, comentou.