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A Enel X, subsidiária global voltada à prestação de serviços integrados da italiana Enel, é uma das patrocinadoras da ABB Formula-E, que passou recentemente pela América do Sul, na etapa realizada em Santiago, Chile, a cidade em que essa questão está mais avançada por estes lados do planeta. Essa posição da capital chilena deve-se ao fato de que o país conta com um cenário regulatório favorável e pelo compromisso das autoridades que estipularam a meta de atingir 100% do transporte elétrico até 2040.
Segundo o executivo chefe da empresa para a América do Sul, Simone Tripepi, o caminho da mobilidade elétrica é de crescimento sem volta e vem em expansão acima do que era esperado. A empresa deverá abrir seu escritório no estado de São Paulo até o final deste trimestre. Essa é uma estimativa que a companhia já apontava quando apresentou a marca que substituiu a Eletropaulo, a Enel Distribuição SP. Sendo que um dos serviços que poderá oferecer na região metropolitana de São Paulo passa justamente pela eletrificação dos transportes. Confira a seguir a entrevista concedida pelo executivo à Agência CanalEnergia. 
Agência CanalEnergia: Como a companhia vê a questão da mobilidade elétrica no mundo,  é um caminho irreversível?
Simone Tripepi: É um fato que a eletrificação dos transportes é uma tendência em andamento e nós esperamos que continue a crescer. O mercado de veículos elétricos está crescendo mais do que o esperado graças à evolução tecnológica e à queda do preço das baterias de ion de lítio, com os carros elétricos provando serem mais eficientes do que os carros tradicionais.
De acordo com o Bloomberg New Energy Finance 2018, as vendas acumuladas de veículos elétricos atingiram mais de 4 milhões em 2018, bem acima das poucas centenas de milhares vendidas em 2014. Até 2040, 55% de todas as vendas de carros novos e 33% da frota global deverão ser de carros elétricos. Os preços das baterias de veículos elétricos caíram cerca de 85% entre 2010, quando custavam US$ 1.160/kWh para US$ 176/kWh em 2018.
Além disso, a mobilidade elétrica será crucial para promover um futuro mais sustentável e com emissão zero, na medida em que pode contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida nas cidades, um ambiente que está em constante expansão devido à tendência de urbanização, reduzindo a poluição sonora e tornando os sistemas elétricos mais confiáveis e flexíveis com a implantação de tecnologias avançadas.
Agência CanalEnergia: Figurar como um dos patrocinadores globais da F-E é um dos indicativos do interesse da empresa nos serviços atrelados à mobilidade elétrica?
Simone Tripepi: Para a Enel, a Formula E é uma oportunidade única porque contribui para que as pessoas conheçam a mobilidade elétrica e seus benefícios, mas também é um campo para experimentar e fazer testes, dentro de condições extremas de uma corrida, de tecnologias inovadoras e avançadas para mobilidade elétrica que podem ser aplicadas no dia a dia.
Além disso, enquanto atraímos uma audiência ampla para um evento tão inovador e interessante, também podemos mostrar nossa abordagem abrangente e inclusiva à mobilidade elétrica, colocando as pessoas e as cidades no centro desta revolução. Por exemplo, no e-Prix de Santiago 2019, a Enel X apresentou o JuiceLamp, o primeiro produto integrado que combina uma solução de poste de iluminação LED com carregadores públicos de carros elétricos.
Agência CanalEnergia: Na América Latina qual é a região onde essa questão está mais avançada e quais os motivos para que esteja nessa situação?
Simone Tripepi: No Chile, atualmente, a eletrificação da mobilidade, em particular no transporte público, está em um estágio mais avançado, principalmente por conta de um cenário regulatório favorável e pelo compromisso das autoridades que estipularam a meta de atingir 100% do transporte elétrico até 2040. De fato, no Chile, a Enel instalou o primeiro ponto de recarga daquele país e que também foi o primeiro de toda a América do Sul, isso ocorreu há oito anos e agora controla uma rede de mais de 35 estações de recarga localizadas em Santiago e outras regiões chilenas.
Além disso, a Enel lançou recentemente no país a maior frota de ônibus elétricos da América do Sul, graças a uma parceria com a operadora de ônibus Metbus e a fabricante de ônibus BYD com o apoio do Ministério da Energia. A empresa também construiu o primeiro terminal elétrico da região, compreendendo 100 estações de carregamento para ônibus (63 + 37 em duas localizações diferentes) e um estacionamento solar, projetado para suportar painéis fotovoltaicos que alimentam o terminal elétrico.
Agência CanalEnergia: O mercado brasileiro é o maior da região, até por se tratar do maior em extensão e em população. Na avaliação da Enel X, porque a mobilidade elétrica – pensando também em ônibus e caminhões – por aqui ainda não é um tema que avança tanto quando comparado a outros países ou regiões como nos Estados Unidos ou Europa?
Simone Tripepi: O Brasil carece de um mercado automotivo de veículos elétricos, que ainda está em fase inicial, com os primeiros lançamentos de carros elétricos de algumas montadoras previstas para este ano. Quando se trata de ônibus elétricos, alguns municípios lançaram primeiros projetos pilotos, que são fundamentais para mostrar ao mercado e à opinião pública os benefícios da eletrificação do transporte público. Além disso, o marco regulatório ainda está em estágio inicial de desenvolvimento e, nesse sentido, é importante que alguns municípios, como a cidade de São Paulo, tenham implementado leis que exigem a redução das emissões de suas frotas.
Agência CanalEnergia: Que tipos de ações a Enel X tem desenvolvido no Brasil no sentido de viabilizar a mobilidade elétrica?
Simone Tripepi: Um marco regulatório adequado é importante para promover o desenvolvimento de um mercado de mobilidade elétrica no país. Como líder no campo da mobilidade elétrica, a Enel participou da discussão que levou à adoção pela Aneel no ano passado de um modelo sob o qual os serviços de cobrança pública podem ser fornecidos não apenas por empresas distribuidoras de energia, mas também por qualquer parte interessada, a preços livremente negociados, estimulando assim a concorrência e um desenvolvimento de mercado mais rápido.
A Enel também participou de outras iniciativas relacionadas à mobilidade elétrica no Brasil. Por exemplo, a Enel participa do projeto Vamo, em Fortaleza, lançado em 2016, que foi o primeiro sistema de compartilhamento de carros elétricos do país, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza e a universidade Unifor. O projeto conta com 20 carros e 18 estações de recarga. Até agora, o projeto atingiu o número de 2,8 mil viagens e 6 mil horas de uso.
Agência CanalEnergia: Quando a Enel apresentou a nova marca da distribuidora de São Paulo, a Enel Distribuição SP (ex-Eletropaulo) foi revelado que a Enel X teria um escritório em São Paulo para, inclusive, aproveitar as perspectivas de negócios com serviços na região, inclusive na mobilidade elétrica. Já há algum cronograma para essa chegada?
Simone Tripepi: Sim, estamos ansiosos para inaugurar o primeiro escritório da Enel X no estado até o fim do primeiro trimestre deste ano. No local, poderemos oferecer o catálogo completo de nossos produtos e serviços aos clientes, desde o varejo até clientes comerciais, industriais e órgãos públicos, que podem se beneficiar da nossa experiência no Brasil e no mundo.
Agência CanalEnergia: Quais serviços poderiam ser ofertados no Brasil? E quais são as perspectivas que traria à empresa?
Simone Tripepi: Em relação aos serviços de mobilidade elétrica, no Brasil, a Enel X vai focar na infraestrutura de recarga para o transporte público de eletricidade, bem como em serviços de cobrança públicos e privados. Além disso, estamos planejando fornecer nossas soluções de hardware e software para carregamento inteligente e soluções de cidades inteligentes como a JuiceLamp, nosso poste de iluminação com carregador para veículos elétricos incorporado e o JuiceLed, nosso painel de LED com tela de informações em tempo real que é acoplado a carregadores de veículos elétricos, ideal para shoppings e centros comerciais.