A Enel Rio, distribuidora que atende a parte da região metropolitana do Rio e ao interior fluminense, reverteu o prejuízo de R$ 102 milhões registrado em 2017 e encerrou o ano de 2018 com um lucro líquido de R$ 171,25 milhões. O resultado, de acordo com as demonstrações financeiras anuais divulgadas pela companhia, o lucro do ano passado está em linha com a alta do EBITDA (47%, fechando em R$ 936 milhões).

A melhora do resultado financeiro no exercício, segundo o relatório, é atribuído principalmente à maior atualização financeira do valor dos ativos indenizáveis, não depreciáveis até o final da concessão e que serão reembolsados pelo governo à distribuidora. “O valor destes ativos indenizáveis é corrigido mensalmente com base na inflação, que apresentou alta no período”, informou a concessionária.

De acordo com o CEO do Grupo Enel no Brasil, Nicola Cotugno, o resultado reflete o sucesso do programa de recuperação financeira da distribuidora, iniciado em 2017 por meio da implementação de medidas de eficiência operacional. “Ao automatizar nossa rede, melhoramos os indicadores de qualidade, como mostrado pela redução consistente nos índices de duração e frequência das interrupções ao longo do ano”, avalia o executivo.

Em contrapartida, a empresa apresentou um aumento de 16% na dívida líquida em 2018, chegando a R$ 3,1 bilhões em função à contratação de nova dívida destinada a financiar investimentos e capital de giro. Os investimentos caíram 39%, passando de R$ 1,1 bilhão em 2017 para R$ 673 milhões no ano passado. Os recursos foram alocados na incorporação de novos clientes, bem como na digitalização e na modernização da rede de distribuição a partir de sistemas de automação.

O volume de energia comercializada e transporta na rede da empresa ano passado se manteve igual ao de 2017 (11,4 mil GWh). A redução de 1,7% nas vendas para o mercado regulado foi parcialmente compensada pelo crescimento de 5% na energia distribuída ao mercado livre – refletindo um crescimento na migração de clientes do mercado regulado para o mercado livre.

A duração e a frequência das interrupções caíram, respectivamente, 22,6% e 17,6%, enquanto as perdas ficaram em 21,07% de toda a energia distribuída, um aumento de 0,72 ponto percentual. Esse aumento, diz a empresa, é consequência direta da desaceleração econômica do estado do Rio de Janeiro e do aumento no furto de energia pelos consumidores.