Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Para continuar tendo acesso a todos os nossos conteúdos, escolha um dos nossos planos e assine!
Redação
de R$ 47,60
R$
21
,90
Mensais
Notícias abertas CanalEnergia
Newsletter Volts
Notícias fechadas CanalEnergia
Podcast CanalEnergia
Reportagens especiais
Artigos de especialistas
+ Acesso a 5 conteúdos exclusivos do plano PROFISSIONAL por mês
Profissional
R$
82
,70
Mensais
Acesso ILIMITADO a todo conteúdo do CANALENERGIA
Jornalismo, serviço e monitoramento de informações para profissionais exigentes!

A EDP Brasil assinou nesta sexta-feira, 8 de março, um contrato com a Sunew para a instalação de cerca de 2 mil metros quadrados de filme fotovoltaico (OPV) adesivo em clientes das distribuidoras da empresa. Deste total, aproximadamente 600 metros quadrados serão instalados na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), localizada na capital Vitória. E há outro projeto da mesma dimensão no prédio da própria concessionária capixaba. De acordo com as empresas, este será o maior projeto no mundo a utilizar a tecnologia de OPV adesivo em fachadas em larga escala. Serão mais 300 metros quadrados na sua loja de atendimento em São Paulo e 400 metros quadrados no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).

O projeto é previsto para ser iniciado em maio e o investimento será de pouco mais de R$ 5 milhões. A instalação deve ser rápida, em cerca de um mês. O projeto será aplicado em São Paulo e no Espírito Santo, em instalações de clientes nas áreas de concessão da EDP no Brasil. O prazo para o desenvolvimento total do projeto é de 20 meses e está enquadrado no programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Esse produto é um filme com cinco camadas que leva semicondutores orgânicos e polímeros que gera energia e é aplicado onde os tradicionais painéis fotovoltaicos não podem ser utilizados. De instalação simples é usado adesivo para a aplicação nos vidros de prédios em processo de retrofit mas há também a possibilidade de ser usado em dentro de vidros novos para edificações em construção. O filme é produzido por meio de uma impressora que demorou cerca de um ano e meio para ser projetada, de acordo com a Sunew.

Após a produção e instalação do adesivo, a tecnologia fotovoltaica será monitorada, e os dados coletados serão utilizados para avaliação do comportamento do filme fotovoltaico. Na sequência, a partir da revisão e dos dados coletados pelo monitoramento do projeto, será produzido um artigo científico abordando o desempenho da instalação do painel OPV. A EDP e a Sunew também realizarão o acompanhamento técnico e a confecção de relatórios quadrimestrais para o monitoramento do estudo e entrega para a Aneel.

“Mais que a energia o estudo tem a meta de avaliar a sua aplicabilidade para o desenvolvimento futuro do produto que pode ser no futuro usado como produto inclusive para a EDP Serviços”, afirmou o diretor da EDP Fernando Saliba à Agência CanalEnergia. Os dois mil metros quadrados do projeto têm capacidade de gerar 144 MWh/ano ou o equivalente para atender ao consumo de cerca de 50 casas com consumo médio de 250 kWh. Isso sem contar com a economia que será gerada com a redução da demanda por energia com climatização que o produto deve gerar nas instalações em que será utilizada.

De acordo com as empresas, os painéis fotovoltaicos orgânicos (OPV) tem como características leveza, flexibilidade e transparência. Os adesivos se adaptam a diversas estruturas. No caso do edifício da Findes a aplicação será na fachada de vidro (aplicação vertical) e na cobertura (aplicação horizontal).

O produto da Sunew, destacou Tiago Alves, CEO da companhia, é a tecnologia mais verde de energia solar, uma vez que até mesmo o seu processo produtivo possui a mais baixa demanda energética dentre todas as alternativas (apenas 1.4 MJ/Wp) e a menor pegada de carbono (10 a 20 vezes menor que as tecnologias solares tradicionais). Os filmes são feitos de material orgânico não tóxico, com impressão similar à realizada na indústria têxtil, e requerem menos energia para serem produzidos.

Assim como outras tecnologias fotovoltaicas, o painel OPV é capaz de converter luz em energia elétrica e pode trabalhar em conjunto com os painéis fotovoltaicos tradicionais. Entretanto, algumas vantagens do produto são a redução temperatura do edifício, reduzindo a necessidade de utilização de aparelhos de ar condicionado; o bloqueio das radiações infravermelha e ultravioleta; e a facilidade de instalação e manutenção.

A Sunew é uma empresa nacional com sede em Belo Horizonte e se orgulha em afirmar que é a maior do mundo com maior capacidade instalada para o tipo de filme que foi desde o início pensado em seu desenvolvimento com base no viés econômico. Para tanto foram investidos mais de R$ 200 milhões desde o inicio de sua atuação em 2009. No ano passado, o faturamento da empresa ficou em R$ 10 milhões, mas em breve a projeção é crescimento exponencial. Os dados de capacidade de produção são sensíveis para a indústria, mas o executivo indica que a companhia possui algo entre 500 mil a 1 milhão de metros de capacidade de produção anual e que ninguém no mundo tem esse porte. Hoje a Sunew está presente em 10 países fora do Brasil, mas o mercado local é o mais importante para a companhia.

O otimismo dele sobre os próximos anos está baseado na possibilidade de aplicação do produto na eletrificação da mobilidade e no conceito de smart cities. Alves explica que apesar de custo mais elevado, é um produto diferente do que um painel tradicional fotovoltaico. Além do uso de geração de energia tem sua aplicação em duas outras frentes, a arquitetônica e a de promover eficiência energética no que diz respeito à climatização, bem como o conceito de energy as a service, onde a energia tem papel fundamental para diversas atividades. “Temos conversas, isso já é público, com Fiat-Chrysler e outras para entregar esse filme em veículos, podemos aplicar em prédios inteligentes no futuro. Esse é um primeiro passo e que deve gerar uma grande transformação nas cidades”, destacou ele.

*O repórter viajou a convite da EDP Brasil