A licença de instalação que libera as obras do linhão que liga Manaus a Boa Vista é esperada pela Eletrobras ainda este mês. A previsão é de que o documento finalmente seja emitido pelo Ibama para o projeto foi leiloado ainda em 2011. Enquanto isso, a estatal segue conversando com instituições financeiras para obter os recursos para o investimento e em negociações com a Agência Nacional de Energia Elétrica para o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

De acordo com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, essa medida é fundamental para a obra, uma vez que as condições à época do leilão do projeto eram distintas das atuais. Segundo ele, a empresa vem fornecendo os dados e informações que a agência reguladora vem solicitando.

“Fizemos o que conseguimos fazer [do projeto] e agora precisamos de um valor maior, pedimos um valor e nos deram menor. É importante ter o equilíbrio financeiro para o contrato senão não conseguimos nem o financiamento para a obra. Todo o esforço é para que consigamos retomar esse projeto ainda este ano”, comentou o executivo após sua participação em reunião com analistas e investidores realizada pela Apimec-SP.

Segundo ele, mesmo com a LI é preciso o reequilíbrio do contrato para que possa obter os recursos financeiros. Apesar disso, ele não comentou qual é o nível desse reequilíbrio. Apenas reiterou que esperam obter essa readequação dos valores do contrato em decorrência da importância dessa linha de transmissão para o país. Além de integrar a última capital ao SIN ajuda na questão da poluição e do custo de combustível.

“Tenho a impressão que estamos próximos de uma solução, se conseguirmos aprovação rápida a obra pode ser retomada este ano ainda, esperávamos para abril, portanto já estamos 3 meses atrasados em relação ao que se estimava”, acrescentou ele. O presidente da Eletrobras reforçou que a empresa quer mostrar que há diferença e demonstrar que precisa de ajuste adicional.

A SPE que arrematou o lote é composto pela Eletronorte (49%) e pela Alupar (51%) que no passado havia manifestado seu interesse por desistir do ativo. A linha já deveria estar operacional em 2015 caso não houvesse o atraso do licenciamento pela questão indígena em um trecho de cerca de 120 quilômetros de terras dos índios da etnia Waimi Atroari, no estado de Roraima.