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Em meio a um cenário de pandemia e isolamento social, a empresa de soluções ambientais Caruso decidiu usar sua expertise e domínio tecnológico para criar uma plataforma gratuita destinada ao monitoramento de ativos e operações do setor elétrico frente aos impactos da disseminação do novo coronavírus. A aplicação, assim como outros produtos da companhia, funciona através de uma nuvem na internet, sendo abastecida há cada 20 minutos com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde, postos sob diferentes relações e integrando tanto mobile como web para carregamento dos dados.

O mentor da iniciativa e Gerente de Geoprocessamento e Inovação da Caruso, Marcos Vilela, conta em entrevista à Agência CanalEnergia que o desenvolvimento da ferramenta começou há quase um mês, com a primeira ação acontecendo pela espacialização dos dados municipais para lançar no sistema e criar as áreas de risco em torno das plantas de geração, linhas de transmissão e outras obras. “Não tínhamos visto a disposição dos dados da doença por município, apenas por estado, a não ser na cidade do Rio de Janeiro, por bairros. Então fizemos essa segmentação para trazer esse diferencial e nos aproximar ainda mais do cliente, mostrando que também estamos atuantes nesse momento difícil”, afirmou.

Marcos explica que o App Caruso Covid-19 é uma solução de redução de danos e colaboração em que a empresa usa sua arquitetura tecnológica de WebGis (Sistema de Informação Geográfico online) e seu conhecimento do mercado de geração e transmissão – através de diversas soluções aplicadas com clientes do setor – para criar alternativas aos problemas de negócios e mitigar os efeitos da crise. Conforme a necessidade de cada player, a plataforma pode ser customizada à um nível comercial, passando a aplicações exclusivas para georreferenciamento de ativos e de logística, apontando a instalação de barreiras sanitárias e outras ações de combate ao vírus que são impostas e que podem afetar diferentes localidades e operações.

Mapas de sensibilidade são usados para criar alternativas aos problemas de negócios e mitigar efeitos da crise

“Montamos as aplicações customizadas de acordo com cada cliente, até mesmo pela disponibilidade de dados por parte deles, com toda atualização sendo feita por códigos”, ressalta o executivo, indicando que há uma equipe de suporte de 15 analistas fazendo revezamento para estarem sempre atentas a possíveis falhas e eventos fora do padrão, garantindo a plena funcionabilidade do sistema. Dados demográficos são utilizados para análises mais sensíveis, mostrando como o gestor da sede de um ativo poderá fazer esse acompanhamento, com pontos de contingência e outras ações e precauções pertinentes.

Nesse pacote maior, outros produtos da empresa podem ser agregados, como soluções de inteligência artificial com mapeamento de satélite para ver questão de borda de reservatório e outras atividades que por vezes mobilizam equipes para ir a campo, mas que podem ser feitos assim de forma remota. Alteração da qualidade da água e níveis dos submercados também podem ser atrelados ao painel gerencial, onde todas funcionalidade são disponibilizadas online e em português e inglês, com a possibilidade de geração de planilhas e relatórios padronizados.

Vilela também destaca a possibilidade de se trabalhar com mapas de sensibilidade em relação a leitos de UTI e infraestrutura de saúde, visando a área de recursos humanos e para auxiliar em um possível plano logístico para eventuais situações. “Se eu tenho uma equipe avançada cuidando de uma usina, entre 30 a 40 pessoas, e um fica doente, onde terá um leito para internação e o que fazer para não afetar a equipe? Se um empregado se contamina e nada é feito a usina tende a parar, pois todos seriam afetados”, exemplifica, indicando um ponto alvo de criticidade.

Obras paradas, mercado estagnado

Segundo ele, a maior preocupação das companhias elétricas nesse momento tem sido com os funcionários e a manutenção da operação dos ativos, trabalhando com o tripé de minimização dos riscos, controle de prazos e otimização dos recursos. “A substituição de um colaborador na ponta é muito difícil de ser executada, então qualquer tipo de contaminação é muito prejudicial para a empresa, em como ela vai manter sua cadeia, tanto de prestadores de serviços como colaboradores garantindo a operação”, complementa.

Diversas empresas já estão utilizando a ferramenta, algumas em estágio mais avançado, como a Argo, Quantum Energia e a Celesc, onde já há o monitoramento de todos municípios da concessão. Já a Taesa irá receber a aplicação com adicional de um produto para gestão de licenças e condicionantes ambientais, recebendo em breve um treinamento para o escritório do Rio de Janeiro. Na versão que a Caruso colocou em demonstração na internet, os dados são de ativos catalogados pela Empresa de Pesquisa Energética.

Projeto Gralha Azul (PR), que previa 5 mil empregos para 2020, vive impasse para andamento das obras (foto: Jornal da Manhã)

Para o CEO da companhia, Francisco Caruso, o momento é difícil para todos, com alguns clientes tendo contratos suspensos por não poderem exercer a atividade de campo. Atualmente a companhia possui diversas soluções de gerenciamento aplicadas a 72 obras do setor elétrico, a maioria delas interrompidas pelo efeito Covid. “Estamos com quatro a cinco equipes paradas, em stand by. O escritório está todo em home-office, só eu tenho vindo trabalhar aqui”, conta, afirmando existir uma expectativa para que alguns projetos em Santa Catarina, considerados como de infraestrutura, possam ser retomados no final de abril, mediante posição do governo estadual.

A despeito do lançamento da nova ferramenta para gestão de impactos advindos com a propagação do coronavírus, Caruso afirmou que a empresa está apostando em unir sua equipe para fortalecer as ideias e encontrar soluções como essa em meio à crise para novamente ir ao mercado, ainda que a plataforma seja gratuita. “Não é para ganhar dinheiro e sim mostrar que somos proativos para aqueles clientes que estão ativos com nós, os quais tiveram a solução implantada automaticamente“, reforça.

Tecnologia e Inovação

Com instalações ampliadas e nova identidade visual, a Caruso Soluções Ambientais iniciou 2020 aumentando sua participação no cenário de consultoria ambiental e de engenharia. Somente na expansão de sua sede foram direcionados R$ 5 milhões, incluindo todos os móveis e a aquisição de mais um andar no prédio, completando três. A estrutura organizacional também foi ampliada, com reforço de profissionais seniores nas áreas técnica e administrativa e com a implantação de práticas de compliance. A equipe multidisciplinar é formada atualmente por 144 funcionários entre o time de campo e o que fica alocado na matriz, em Florianópolis.

Sobre o momento anterior à pandemia, o executivo comentou que sentiu o mercado se abrindo cada vez mais no ano passado, principalmente na área de infraestrutura. Mas a decisão de aplicar maiores recursos ao negócio veio nos últimos cinco anos, a partir da concepção da necessidade de estruturação de um núcleo de Geoprocessamento e Inovação para desenvolver suas próprias ferramentas e sistemas para elevar a competitividade tecnológica e crescer no mercado.

“Decidimos partir para um nível de excelência, principalmente na área de energia, onde estão nossos principais clientes”, frisou, destacando a atuação da Caruso em soluções inteligentes para licenciamentos ambientais, gerenciamento, monitoramento e fiscalização de empreendimentos também nos setores de infraestrutura, mineração, portuário, imobiliário e indústria.

Ano começou com aporte de R$ 5 mi para ampliação da sede e nova identidade visual (foto: Caruso)

Quanto a concorrência, Francisco admite haver outras empresas de ponta que acompanham bem o mercado, mas destaca que nenhuma possuí um núcleo de geoprocessamento que desenvolve suas próprias plataformas e sistemas, fornecendo soluções para gestão ambiental com aplicações web, dispositivos móveis, painéis gerenciais e demais equipamentos de informação.

Marcos Vilela explica que esse diferencial decorre do chamado “core de geoprocessamento”, onde ao invés de se montar um departamento, trabalha-se com alocação de um ou dois profissionais que vão resolvendo as demandas diárias mais básicas, deixando o que for mais complexo para a equipe localizada na sede, que executam e enviam os dados ao cliente. “São pequenos núcleos que montamos para dar conta da demanda e gestão de todas informações e produtos”, avalia.

Fora os aportes e o direcionamento estratégico, Vilela chama a atenção para um grande ganho de qualidade quando a empresa passou a olhar para os projetos em editais de Pesquisa & Desenvolvimento, investindo em pesquisa através de colaboradores mais experientes e ganhando as chamadas públicas em diferentes companhias, como numa iniciativa de mapeamento de drenagens, topo de morro e áreas de preservação ambiental permanente no estado de Santa Catarina, para a área de concessão da Celesc. “Um software para produção massiva de dados, geração de área permanente e apoio jurídico para auditorias”, finaliza.