A Neoenergia encerrou o primeiro trimestre de 2020 com um lucro líquido de R$ 577 milhões, crescimento de 17,3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 14,1% nessa mesma base de comparação, para R$ 1,5 bilhão. A receita operacional líquida recuou 2% nesse período, passou de R$ 6,9 bilhões para R$ 6,8 bilhões.
O volume de energia injetada ficou quase estável, alcançou 17.423 GWh nos três primeiros meses, 0,1% a mais do que no ano passado. O volume do mercado cativo apresentou retração de 3,5% na comparação com os dois períodos, ficou em 10.930 GWh enquanto a soma do ACL e ACR ficou em 14.824 GWh, redução de 0,3% ante 2019, esse comportamento, explica a empresa, deve-se às temperaturas mais amenas e ao maior volume de chuvas em suas áreas de concessão, bem como a redução do consumo nos últimos 10 dias de março decorrente do impacto da covid-19. Já o número de clientes aumentou 1,8%, para 14,1 milhões.
Segundo dados da Neoenergia, a média diária da energia injetada nas quatro distribuidoras apresentou uma redução de 12% nos últimos 10 dias do mês passado em comparação com os primeiros 20 dias.
No resultado consolidado a demanda por energia aumentou na classe residencial em 1,5%, na industrial caiu 20,2%, na comercial a retração foi de 4,1%, na rural esse índice negativo ficou em 11,9%. Por sua vez, o mercado livre apresentou uma expansão de 9,9%. Apesar da retração na classe industrial no ACR, quando se soma os valores deste grupo mais o mercado livre, pontuou a empresa, há um aumento de 3,1%.
Os índices de perdas totais estão abaixo do estabelecido pela Aneel na Elektro e na Cosern, na Celpe e na Coelba os indicadores estão acima no fechamento do primeiro trimestre. Já em relação à qualidade da energia, a empresa reportou índices abaixo do limite estabelecido pela agência reguladora.
No segmento de transmissão a companhia relata que os cinco ativos em operação comercial estão com disponibilidade entre 99,96% a 100%. Já os ativos em construção seguem dentro do cronograma de obras.
Em geração a companhia possui 3,5 GW em operação e pouco mais de 1 GW em construção em parques eólicos, o que elevará a capacidade total 4,6 GW em potência instalada, sendo  3 GW na fonte hídrica e o restante em eólicas.
Atualmente a companhia possui 516 MW na fonte eólica, esses parques produziram 251 GWh, 25,24% menor que o volume gerado no mesmo período do ano anterior. Esse comportamento deve-se ao excesso de chuva que gerou menor intensidade de ventos em relação ao mesmo período do ano passado.
A geração de energia da Termopernambuco foi de 1.006 GWh no trimestre, um volume 61,5% mais elevado ante 2019. Segundo a Neoenergia, essa variação é explicada pela diferença de dias de parada de operação, 9 dias este ano por não ter sido despachada, enquanto no anterior esse número foi de 36 dias sem geração, explicado pelo não fornecimento de gás. Essa á uma usina do PPT com contratos junto à Coelba (65 MW) e Celpe (390 MW) que estão em vigor até 2024.
O capex da empresa somou R$ 964,5 milhões no primeiro trimestre, os dois principais destinos foram distribuição que recebeu R$ 670 milhões e transmissão com R$ 234,7 milhões. Os parques eólicos em construção foram o destino de R$ 34,5 milhões, enquanto as UHEs R$ 5,1 milhões e nos mercados liberalizados o aporte somou R$ 19,3 milhões.
Com isso, a companhia apresentou uma redução da alavancagem medida na relação entre a dívida líquida sobre o ebitda, passou de 3 vezes ao final do ano passado para 2,98 vezes ao final de março.