Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Para continuar tendo acesso a todos os nossos conteúdos, escolha um dos nossos planos e assine!
Redação
de R$ 47,60
R$
21
,90
Mensais
Notícias abertas CanalEnergia
Newsletter Volts
Notícias fechadas CanalEnergia
Podcast CanalEnergia
Reportagens especiais
Artigos de especialistas
+ Acesso a 5 conteúdos exclusivos do plano PROFISSIONAL por mês
Profissional
R$
82
,70
Mensais
Acesso ILIMITADO a todo conteúdo do CANALENERGIA
Jornalismo, serviço e monitoramento de informações para profissionais exigentes!

Mesmo vivendo uma das piores crises hídricas em quase um século, as empresas do setor elétrico listadas na Bolsa apresentaram um resultado financeiro um pouco melhor do que as companhias do Ibovespa nos primeiros nove meses de 2021. Entretanto, isso não é motivo de comemoração, já que as companhias no Índice de Energia Elétrica (IEE) – indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3 – tiveram um tombo de 1,98%.

O Ibovespa, por sua vez, apresentou uma queda ainda maior, com perda média de 2,38% no período. O levantamento dos dados foi feito pela plataforma de análise de dados de mercado Comdinheiro, a pedido da Agência CanalEnergia, conforme o gráfico abaixo:

Segundo Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro, o ano de 2021 tem sido mais desafiador para a Bolsa. Para o analista, o Ibovespa teve um resultado pior porque é mais suscetível a dilemas políticos do que o índice composto pelas companhias do setor elétrico.

“Se acompanharmos a evolução do IEE contra o Ibovespa, temos um desempenho muito parecido ao longo de 2021. A diferença é que as elétricas de distribuição e de transmissão têm contratos de longo prazo. Embora o retorno tenha acompanhado o Ibovespa, elas têm uma volatilidade menor porque são empresas pagadoras de dividendos e que têm um fluxo de receita mais garantido”, avalia.

Ferreira acrescenta que esse cenário negativo da Bolsa não era esperado pelo mercado. “Fechamos o ano de 2020 achando que o que ficou represado pela pandemia viria a ser realizado em 2021 e encontramos novos desafios, como a segunda onda de Covid-19 e crise política”, diz.

Um futuro difícil
O avanço da vacinação e a reabertura gradual da economia abriu uma perspectiva para uma recuperação das empresas brasileiras listadas na Bolsa, todavia o ruído político ainda assombra o mercado. O mais recente caso foram as manifestações do 7 de Setembro, que fizeram a bolsa cair quase 4% e derreteram os papéis da Eletrobras em mais de 9% em um só dia.

De modo geral, as empresas do setor elétrico costumam acompanhar o Ibovespa amortecendo os movimentos de alta e de queda. Todavia, em relação à Eletrobras, o analista explica que o sócio principal, o governo brasileiro, influencia muito na volatilidade dos papéis.

“Fechamos o ano de 2020 achando que o que ficou represado pela pandemia viria a ser realizado em 2021 e encontramos novos desafios, como um pedaço de segunda onda de Covid-19 e crise política”
Filipe Ferreira, da Comdinheiro

Ferreira acredita que o futuro é de incerteza. O contexto de contas do governo descontroladas, insegurança jurídica, inflação ameaçando galopar, câmbio nas alturas e alta nos juros são uma boa combinação para afugentar investidores estrangeiros. “2022 é ano de eleição e a instabilidade política pode se agravar”.

Com a piora da crise hídrica, o analista aponta que as geradoras estarão mais pressionadas e, por isso, devem reduzir os pagamentos de dividendos. O mesmo pode acontecer com as distribuidoras por causa do desestímulo ao consumo. “As transmissoras vão continuar no jogo delas”, finaliza.