A Thyssenkrupp anunciou na semana passada a expansão para 5 GW da capacidade de produção anual de hidrogênio verde, por meio da participação em três projetos de pesquisa do governo da Alemanha. O trabalho envolve produção industrial, uso e integração de sistemas, com a fabricação em série de eletrolisadores de água em grande escala (projeto H2Giga), produção offshore de combustíveis sintéticos, amônia verde, metanol verde e metano sintético (H2Mare). Além do transporte do combustível e tecnologias de conversão, como craqueamento de amônia (TransHyDE).

Em nota, a empresa explica que a ideia é expandir sua liderança tecnológica em toda a cadeia de valor de produtos químicos verdes até 2025. Como mostrou a Agência CanalEnergia em reportagem de maio desse ano, o governo alemão está investindo pesado, cerca de 9 bilhões de euros, em parcerias para o desenvolvimento de tecnologias ligadas ao hidrogênio, e enxerga no Brasil um grande parceiro na produção do energético para exportação.

O nome da empresa alemã é associado no país à produção de elevadores, mas a companhia tem atuação mais abrangente, com um portfólio global que inclui tecnologias para a produção de produtos químicos básicos, fertilizantes e polímeros, assim como cadeias de valor completas para produtos químicos sustentáveis.

A CEO da Thyssenkrupp AG, Martina Merz, explica em comunicado que reunir a força da empresa na inovação com a pesquisa científica nos projetos de hidrogênio “é a receita para o sucesso da implementação da Estratégia Nacional de Hidrogênio e para manter a liderança tecnológica da Alemanha competitiva internacionalmente”. No mundo, a empresa já tem instalados mais de 600 projetos e plantas eletroquímicas com capacidade total de mais de 10 GW.

A Thyssenkrupp vai receber quase 8,5 milhões de euros em subsídios do Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha para pesquisa e desenvolvimento da produção em larga escala de eletrólise alcalina de água (AWE). O objetivo é reduzir os custos de fabricação de células de eletrólise para que vários projetos de GW possam ser implementados a cada ano. O projeto envolve empresas parceiros, instituições, universidades e pequenas empresas especializadas.

No H2Mare a companhia terá financiamento de 780 mil euros para desenvolver a produção de metanol, amônia e metano sintético em alto mar. O processo está vinculado a parques eólicos offshore.

No projeto TransHyDE, que trata do transporte de amônia como portador de hidrogênio para locais onde há demanda pelo produto, as aplicações potenciais incluem o uso em siderúrgicas, fábricas de produtos químicos ou em células a combustível para serem convertidas em energia elétrica.