Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Para continuar tendo acesso a todos os nossos conteúdos, escolha um dos nossos planos e assine!
Redação
de R$ 47,60
R$
21
,90
Mensais
Notícias abertas CanalEnergia
Newsletter Volts
Notícias fechadas CanalEnergia
Podcast CanalEnergia
Reportagens especiais
Artigos de especialistas
+ Acesso a 5 conteúdos exclusivos do plano PROFISSIONAL por mês
Profissional
R$
82
,70
Mensais
Acesso ILIMITADO a todo conteúdo do CANALENERGIA
Jornalismo, serviço e monitoramento de informações para profissionais exigentes!

O setor elétrico brasileiro é reconhecido internacionalmente por sua renovabilidade. E a tendência é de que cada vez mais possa ser o destino de recursos internacionais que financiem projetos de energia limpa ao passo que as economias ao redor do mundo adotam metas de redução de carbono. A eletrificação por meio dessas fontes é vista como o caminho e além disso, os investidores estão cada vez mais interessados em colocar equity em empreendimentos dessa natureza com o advento da agenda ESG, que tem acontecido em todo o mundo.

Ao mesmo tempo em que esse cenário se desenha a Bolsa de Toronto (TSX) está de olho no mercado local. É uma espécie de continuidade do aporte de recursos originários do Canadá por aqui. Só para citar dois grandes investidores canadenses temos a Elera (Brookfield) e a CPPI quando se pensa em grande escala. Mas há também um outro nicho que pode recorrer ao dinheiro daquele país, a TSX aponta que empresas de menor porte podem abrir capital de forma ágil por meio de um programa chamado CPC (Capital Pool Company).

A Agência CanalEnergia entrevistou o líder global de Energia da TSX, David Chelich, que confirma o interesse desses investidores no Brasil como um dos principais destinos. E essa visão deve-se ao potencial de crescimento dos novos projetos por aqui, ele cita dados oficiais e estimativas de que somente as fontes renováveis deverão ter 150 GW em novas usinas até 2040.

“O Brasil é o nono maior produtor de energia no mundo e um dos maiores consumidores também. E o que vemos é que o cenário de crescimento na geração no país é de alto potencial, há espaço para expansão e diversificação com solar e eólica, essa é uma grande oportunidade”, avalia ele.

Segundo a TSX, o Brasil é um destino tradicional para o dinheiro canadense. Até hoje são 99 companhias com ativos no Brasil considerando diversos setores da economia. Então, há dois movimentos, o primeiro é o investimento direto como temos visto e o segundo é incentivar as companhias de menor porte a buscar recursos por lá abrindo capital na TSX. E existe uma divisão específica para essa ação, a TSX Ventures (TSXV). A vantagem, lembra o executivo, é de não ser necessário o estabelecimento de domicílio ou administradores no Canadá.

O processo para que a empresa seja listada na TSXV demora cerca de 140 dias caso a documentação esteja totalmente regularizada e organizada segundo os requerimentos exigidos. “Estamos buscando empresas de menor porte que ao ser listada consegue visibilidade no mercado de capitais internacional”, argumenta.

Em grandes números, as duas divisões da Bolsa de Toronto foi classificada como a quarta maior em termos de captação de recursos em 2020. E ainda, no acumulado dos últimos cinco anos foram US$ 239 bilhões. As empresas listadas somam US$ 4 trilhões em valor de mercado. Dessas, o segmento de energia está como o 5º maior, com 11% desse total, atrás de serviços financeiros (25%), mineração (15%), inovação (13%) e produtos industriais (12%).

Em número de empresas estrangeiras listadas por lá a América Latina está à frente apenas da África com 16 companhias. Para ter uma base de comparação, os Estados Unidos são os líderes com 113 seguido do Reino Unido e Europa com 29.

Segundo o executivo, esse momento acaba sendo atrativo para as empresas que visam investir aqui no Brasil e buscam por recursos. O motivo principal é justamente a desvalorização da moeda brasileira, está na ordem de R$ 4,57 para cada dólar canadense. Considerando o volume médio de captação na TSXV convertido para o real a listagem seria de R$ 13,7 milhões para empresas com valor de mercado que somariam R$ 137,1 milhões.

Há a possibilidade de que empresas que começam listadas na TSXV avancem para a divisão seguinte, mas para isso a elegibilidade no que eles classificam de ‘big board’ é mais elevada. O tamanho da captação médio está na casa de R$ 350 milhões para empresas com valor de mercado médio de R$ 8,2 bilhões.

“A TSX ventures foi desenvolvida para atender empresas de pequeno porte ou em estágios iniciais para acelerar sua entrada no mercado de capitais, são empresas que estão em seu início do ciclo de vida”, explica Chelich. Nesse ambiente, continua, as companhias têm a oportunidade de acessar o mercado onde estão grandes fundos de capital, family offices, investidores institucionais que entre outros objetivos buscam aplicar seus recursos em projetos sustentáveis. E o CPC é apontado como o mais viável por não exigir ativos operacionais.

E ele classifica o Brasil como “um bom local para se colocar dinheiro”, citando a estabilidade e respeito aos contratos como um dos atrativos, independente se este ambiente é o regulado, viabilizado por leilões de longo prazo ou no mercado livre de contratação. A empresa destaca que o investimento com um horizonte de longo prazo é um fator chave, independente das questões políticas que alcançam a América Latina em geral.

“O Brasil é um ‘go to market’ para a TSX”, completou Guillaume Légaré, líder para a América do Sul do Grupo TMX, controladora da TSX.