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Viabilizada no leilão de reserva de capacidade realizado nesta semana, a UTE Portocem (CE- 1.571 MW) é o empreendimento com maior investimento do certame, de R$ 4,2 bilhões. O projeto da usina, localizada no Porto do Pecém, foi desenvolvido pela Ponte Nova Energia e liderado pela Ceiba Energy, um braço da Denham Capital para ativos de geração na América Latina. Paulo Monteiro, diretor-presidente da Ponte Nova, considerou a vitória no certame muito difícil, uma vez que projetos novos disputavam com usinas que já operam no sistema, além das movidas a óleo. “Não foi fácil ganhar, foi um mérito bastante grande da Ceiba, uma disposição muito firme. É muito difícil competir com térmicas existentes e não é uma situação fácil”, afirma.

Para Monteiro, deveria ter acontecido um leilão para energia nova e outro específico para as usinas existentes, de modo que uma não competisse com a outra. O executivo conta que a disputa ficou desigual, uma vez que as existentes já tinham o seu investimento amortizado, ao contrário daquelas que trariam energia nova. Segundo ele, o leilão foi impactado pelos gasodutos de transporte e os projetos menores tiveram dificuldades. No leilão, além da UTE Portocem, apenas a UTE Azulão, da Eneva, é um projeto novo a gás natural. O executivo acredita que o país precisa de novos investimentos para auxiliar no planejamento, o que justifica a viabilização de Portocem e Azulão.

A UTE Portocem começou a ser desenvolvida em 2016 e ficará na Zona de Processamento de Exportação, em São Gonçalo do Amarante. A termelétrica foi concebida para usar água do mar no processo de refrigeração da produção. A planta está localizada em uma posição estratégica, próxima a subestação Pecém II. Haverá ainda um terminal offshore associado ao porto dentro da área de expansão. Um gasoduto será construído pela Cegás para abastecer a UTE e a Shell deve ser a supridora do gás natural. A Ceiba Energy entrou no projeto em 2019 e desde então ele foi sendo preparado para entrar em um leilão.

Monteiro também destacou a qualidade dos quadros da Ponte Nova, composto por profissionais com passagens por empresas do setor, onde também desenvolviam projetos. A participação no leilão exigiu adequação do valor de despacho ao valor de capacidade, já que no projeto havia o componente do investimento. “Foi um sabor especial comemorar uma térmica de energia nova contra uma térmica existente, foi um esforço muito grande”, avalia. A Ponte Nova desenvolve outros projetos termelétricos e a próxima expectativa de oportunidades são os leilões do ano que vem e o desencadeado pela MP da Eletrobras.

Em novembro, a Ceiba comprou a Breitener Energética da Petrobras por R$ 248 milhões. A Breitener tem as UTEs Tambaqui e Jaraqui, localizadas em Manaus (AM), com capacidade de 155,8 MW e 156,7 MW, respectivamente. Na parte de renováveis, a Denham Capital atua por meio da Rio Energy, que possui parques eólicos na Bahia e Ceará.

O único projeto de biomassa que viabilizou contratos no leilão, a UTE Cidade do Livro (80 MW), em Lençóis Paulista (SP), garantiu a contratação de 100% de sua disponibilidade de potência, pelo prazo de 15 anos, avaliados em cerca de R$ 900 milhões. De propriedade da IBS Energy e com investimento de R$ 502 milhões, a UTE será abastecida por múltiplas biomassas e com partida rápida, sendo a primeira usina do país com essas características. O empreendimento vai gerar cerca de 1.500 empregos. A térmica usará água de esgoto no processo de refrigeração.

As obras da usina começam no segundo semestre de 2022. O projeto de pátio e manejo foram desenvolvidos pela Fundamento Engenharia e Reunion Engenharia. Já a construção ficará a cargo da Sepco1, enquanto o abastecimento das biomassas será de responsabilidade da Madeplant Florestal.