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O volume de energia gerada mundialmente a partir do carvão está crescendo em direção a um novo recorde anual em 2021. Essa é a uma das conclusões do estudo sobre o combustível publicado pela Agência Internacional de Energia, disponível para download em inglês. Intitulado Carvão 2021, Análise e Previsões para 2024, aponta que o uso, depois de cair em 2019 e 2020, segue caminho oposto o que contribui para minar os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Segundo a publicação, a geração global de energia a partir do carvão deve saltar 9% em 2021 para um máximo histórico de 10.350 TWh. Esse aumento é atribuído à recuperação econômica deste ano, classificada como rápida pela AIE e que aumentou a demanda por eletricidade muito mais rápido do que os suprimentos de baixo carbono podem acompanhar. Outra questão que impulsionou a fonte é o aumento nos preços do gás natural, tornando-a mais competitiva em termos de custos, aponta a AIE.

Nos cálculos da entidade, a demanda global por carvão – incluindo usos além da geração de energia, como cimento e produção de aço – deve ficar 6% mais elevada do que em 2021. Apesar do crescimento no ano passado não será o suficiente para alcançar os níveis recordes de 2013 e 2014. Mas, dependendo do clima padrões e crescimento econômico, a demanda geral de carvão poderia atingir novos máximos em 2022 e permanecer nesse nível nos dois anos seguintes, avalia a agência.

Em comunicado da AIE o diretor Fatih Birol destacou que “o carvão é a maior fonte de emissões globais de carbono, e o nível historicamente alto de geração de energia a carvão deste ano é um sinal preocupante de quão longe o mundo está em seus esforços para reduzir as emissões para a neutralidade.” E ainda, “sem ações fortes e imediatas por parte dos governos para combater as emissões de carvão – de uma forma que seja justa, acessível e segura para os afetados – teremos poucas chances, se houver, de limitar o aquecimento global a 1,5 ° C.”

A publicação aponta que a China é a responsável por mais da metade da geração global de eletricidade a carvão e por lá deverá ser elevada em 9% em 2021, apesar da desaceleração no final do ano. Na Índia, a previsão é de crescimento de 12%. Isso estabeleceria novos máximos em ambos os países, mesmo com a implementação de capacidade solar e eólica. E continua a publicação ao afirmar que, embora a geração de energia a carvão deva aumentar quase 20% este ano nos Estados Unidos e na União Europeia, isso não é suficiente para levá-la acima dos níveis de 2019. Afirma que espera o recuo do uso do combustível nesses dois mercados volte a declinar no próximo ano em decorrência do lento crescimento da demanda por energia ao passo que as fontes renováveis avançam. China e Índia respondem por dois terços da demanda geral de carvão, os dois países mais populosos do mundo, combinado a uma economia amplamente dependente do mineral explica essa perspectiva de expansão, aponta a AIE.

Em 2020, a demanda global por carvão caiu 4,4%, o maior declínio em décadas, mas muito menor do que a queda anual inicialmente esperada no auge dos bloqueios no início da pandemia, mostra o relatório. Na China cresceu 1%, pois a economia começou a se recuperar muito mais cedo do que em outros lugares, enquanto caiu quase 20% nos Estados Unidos e na União Europeia, e em 8% na Índia e na África do Sul.

Já os preços subiram depois de cair para US$ 50 por tonelada no segundo trimestre de 2020. Essa recuperação deve-se aos cortes de oferta equilibrando o mercado antes que a recuperação da atividade econômica e a demanda por carvão na China começassem a empurrar os preços para cima.

Em 2021, os preços aumentaram ainda mais pela demanda ultrapassando a oferta na China bem como por interrupções no fornecimento e preços mais elevados do gás natural em todo o mundo. Os preços do mineral atingiram níveis históricos no início de outubro de 2021, com o carvão térmico importado da Europa, por exemplo, chegando a US$ 298 por tonelada. A intervenção política do governo chinês para equilibrar o mercado teve um efeito rápido sobre os preços. Em meados de dezembro, os preços europeus voltaram a ficar abaixo de US$ 150 por tonelada.