A Copel fechou parceria com um grande player do setor para participar do leilão de transmissão que será realizado no final de junho. Em teleconferência com analistas do mercado realizada nesta quinta-feira, 12 de maio, o presidente da companhia, Daniel Slaviero revelou que a estatal paranaense terá 49% de participação no consórcio. Segundo ele, o arranjo é justificado pelo tamanho dos lotes, em especial os três primeiros, que demandarão investimentos de R$ 5 bilhões. “Entendemos que é estratégico ter um parceiro de primeira linha”, afirma. Ele, contudo, não informou no nome do parceiro.

Slaviero disse ainda que há chances para aquisições de projetos brownfield na área de renováveis. Porém ele alerta que as operações serão feitas com base na disciplina da alocação de capital. Durante a teleconferência, o diretor da Copel GT, Moacir Bertol, revelou que há um olhar sobre todas as fontes renováveis, mas que há uma chance para a biomassa, tanto de bagaço da cana como de resíduos sólidos urbanos. “Tem essa oportunidade e estamos olhando todas as oportunidades de expansão de geração de energia”, avisa.

A geração da Copel é 87% de fonte hídrica. Com a totalização do complexo eólico Jandaíra (RN – 90,1 MW), no começo do segundo semestre, as renováveis serão 13% da composição da geração. Slaviero quer que em até cinco anos, eólicas e solares sejam donas de 25% da geração. A UTE Araucária (PR – 469 MW) deve participar do leilão de capacidade do fim do ano.

Compagas – A expectativa da Copel é de vender a participação de 51% na concessionária de gás do estado ainda esse ano. Segundo Slaviero, a renovação da concessão da Compagas junto ao órgão regulador está em fase final e deve sair em junho. Após essa etapa, serão mais 180 dias para organizar um leilão na B3, em São Paulo (SP), o que deixa a estimativa do certame ainda para 2022. Caso o leilão não seja realizado este ano por conta do calendário apertado, o executivo acredita que a operação não ultrapasse o primeiro trimestre de 2023.

Ainda não há uma previsão do preço mínimo da Compagas nem sobre o destino exato dos recursos, que ficarão com a Copel e serão usados na companhia. A estratégia da Copel é sair dos negócios que não estão na área de energia. A Copel Telecom, que fazia parte do grupo,  foi privatizada no fim de 2020 por R$ 2,4 bilhões e ágio de 70,9%, com o fundo Bordeaux se sagrando vencedor.