A Eletrobras pretende finalizar no último trimestre do ano a privatização das suas seis empresas de distribuição, que atendem os estados do Amazonas, Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima. As consultorias contratadas em 14 de fevereiro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para fazer o trabalho de valuation (avaliação dos ativos) e a modelagem do processo de venda vão levar, de acordo com o presidente da holding, Wilson Ferreira Junior, 135 dias para executarem os serviços. A partir de julho, com a modelagem definida, o processo será levado publicamente ao mercado. A expectativa do executivo pelo sucesso do negócio é positiva.
 
"A modelagem vai definir se todas ou quais empresas serão vendidas, e se a venda ocorrerá em bloco ou separadamente. São ativos estaduais, empresas de grande porte. Estamos falando de estados inteiros que serão privatizados na área de energia", explica Ferreira. Ele acredita que os contratos de concessão que serão firmados vão ajudar na criação de valor das companhias, estimulando os empreendedores a investirem mais e a melhorar a qualidade do serviço prestado. "É um processo que será bem-sucedido, não tenho dúvida", frisou o presidente da Eletrobras, ao participar de evento no Rio de Janeiro na noite desta terça-feira, 21 de março.
 
A expectativa da Eletrobras é que, por se tratarem de empresas com dificuldades de eficiência operacional, com custos, perdas e índices de interrupção consideravelmente maiores que o benchmark regulatório, há margem para melhorias na prestação de serviço. "Quando se reduz perdas e custos, isso significa ganho para o novo operador do ativo, tudo dentro de um contrato de concessão que vai estimulá-lo a atingir essas novas metas de eficiência. Ou seja, o investidor vai poder criar valor", explicou Ferreira. Segundo ele, a ideia é oferecer pacotes que atraiam esses investidores, sozinhos ou em parceria com grupos estrangeiros.
 
SPEs – Antes da venda das distribuidoras, a Eletrobras pretende negociar com o capital privado diversas participações detidas por suas controladas por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) em usinas eólicas e linhas de transmissão. A meta do grupo é, até o fim de junho, realizar a operação, que vai consistir na criação de duas grandes empresas destinadas a agregar o conjunto dessas participações, diretamente sob o controle de Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul – serão feitas quitações de dívidas que essas quatro subsidiárias têm com a holding. O Grupo Eletrobras possui um total de 178 SPEs, incluindo projetos hidrelétricos.