O governo trabalha com a meta de chegar ao final de 2016 com todas as térmicas de CVU acima de R$ 400/MWh desligadas. Essa ideia foi revelada pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, nesta sexta-feira, 11 de dezembro. Essa medida deverá ser adotada ao longo do ano que vem conforme as condições de hidrologia melhorem, principalmente no Norte do país, e com a entrada em operação de capacidades novas de geração de usinas localizadas naquela região.

“Teremos desligamentos ao longo de 2016. Nossa meta é de chegar ao final de 2016 com nenhuma máquina de CVU acima de R$ 400/MWh ligada, assim como chegamos ao final desse ano com as térmicas de R$ 600/MWh”, revelou ele a jornalistas após o evento realizado pela Associação Brasileira da Indústria Química.

Braga relacionou os fatores que podem levar a esses desligamentos que incluem uma gama de usinas com potência instalada na casa de 2 GW. Entre eles está a confirmação dos níveis de afluências no Sudeste e no Sul. Outro ponto que ainda inspira preocupação no ministério é a situação no Norte do país onde a hidrologia está em menos da metade do verificado nesse mesmo período do ano passado. No Nordeste a geração de energia por fontes renováveis, principalmente a eólica, traz um pouco mais de tranquilidade já que o impacto das UHEs dessa região no SIN é menor do que as do Norte que inclui Santo Antônio, Jirau, Belo Monte, Teles Pires e Tucuruí.

Outro destaque dado pelo ministro foi a realização do A-1 que contratou energia existente e a preço abaixo do CVU médio do país. Em sua avaliação o certame foi bem sucedido e ajudará a manter a contratação das distribuidoras. Ao mesmo tempo a entrada das máquinas de Teles Pires deverão ocorrer em até 60 dias assim que um problema da geradora com o Ministério Público estiver equacionado. Outra fator é a iminente entrada em operação das máquinas do sítio Pimental da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW).

Como consequência, afirmou Braga, a tendência é de que a geração de energia fique mais barata. Contudo, não precisou quando e qual o volume dessa redução de custo de geração. Exemplificou que o impacto das térmicas de CVU acima de R$ 600/MWh ajudaram a derrubar o custo da bandeira vermelha de R$ 55/MWh para R$ 45/MWh ao evitar custos adicionais de R$ 5,5 bilhões.

Quando questionado sobre a perspectiva de ser acionada a bandeira verde já em abril do ano que vem, Braga brincou ao afirmar que todo dia liga para o diretor Tiago Correia da Aneel, que fez essa projeção, e pergunta se o cenário continua o mesmo indicado. Depois disse que o MME não quer criar expectativa que não se confirme e por esse motivo preferiu ser mais ponderado e esperar como o cenário se desenhará até lá. “Tenho que ser prudente, mas acredito que estamos entrando no período chuvoso na Amazônia e eu conheço a hidrologia da região por ser de lá. E se tivermos um inverno amazônico rigoroso, rapidamente recuperamos a hidrologia”, encerrou.