Contrários à decisão da Cesp de devolver as concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, os eletricitários de São Paulo programaram manifestações para esta terça-feira, 7 de julho, em frente à sede da estatal e do Palácio dos Bandeirantes. Os protestos foram convocados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente e o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.

Os contratos de concessão das duas usinas terminam hoje e não foram renovados pela empresa. Por decisão do governo paulista, a Cesp não aceitou as condições de prorrogação dos contratos, previstas na Lei 12.783. Ela  ficará, no entanto, responsável pela operação dos empreendimentos, até a escolha de novos concessionários, em leilão previsto para setembro deste ano.

Os sindicalistas acusam o governo paulista de omissão e irresponsabilidade. “Estão negligenciando, há duas décadas, a expansão necessária no parque energético. Com esta atitude, o Governo do Estado de São Paulo se omite, mais uma vez, prejudicando os trabalhadores que atuam nestas usinas, a indústria e a população, e ainda entrega, na bacia das almas, os ativos ao Governo Federal”, afirma nota divulgada pelo sindicato.

Os representantes dos trabalhadores da Cesp lembram que as usinas  “formam o sexto maior complexo gerador do mundo, com 34 turbinas e capacidade de geração de 5 GW” e equivale a 5,83% de todo o parque gerador hidrelétrico do país. Segundo o sindicato, a potência somada dos dois empreendimentos equivale ao dobro da capacidade de geração eólica no país, de 2,25 GW; a quase três vezes a geração nuclear, de1,99 GW, e é maior que a capacidade das  termicas a carvão, de 3,39 GW.

O primeiro empreendimento hidrelétrico da estatal devolvido à União foi a UHE Três Irmãos, que teve sua concessão expirada em 2011 e foi relicitada no ano passado. A usina com capacidade instalada de 807,5 MW é operada atualmente por Furnas, que tem como sócio a Triunfo Participações.