Com a melhora das afluências registradas em abril e maio, o Operador Nacional do Sistema Elétrico já trabalha com a possibilidade de os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste terminarem o período seco, no fim de novembro, com 20% da capacidade de armazenamento. Para que isso aconteça, é necessário que as afluências de junho a novembro fiquem em 83% da média de longo termo. Para fechar em 10%, a vazão deve ficar em 67% da MLT.

No Nordeste, para se alcançar os 20% de capacidade, será necessário ter nos próximos meses 86% da média histórica de afluência. Mas, Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, ponderou que, se a defluência da hidrelétrica de Sobradinho for reduzida para 900 m³/s, seriam necessário 74% da MLT. Os testes para tanto se iniciam nesta semana.

Os reservatórios do SE/CO devem terminar o mês de maio com cerca de 36% da capacidade e o Nordeste, 26,5%. Chipp explicou que o Sudeste tem enviado energia para compensar a redução da afluência da região Sul, mas a tendência começou a se inverter nos últimos dias, com a recuperação dos reservatórios locais. O Sul chegou a receber 3,5 mil MW, quantidade reduzida a 500 MW na última terça-feira, 26 de maio, segundo o executivo. "Agora é possível que o intercâmbio se inverta", explicou ele, que participou do Enase, nesta quarta-feira, 27, no Rio de Janeiro.

Chipp disse que o ideal seria ter 30% da MLT para depender menos do período úmido. Além da melhora da afluência, a redução da carga com a retração da economia e alta das tarifas ajudou a melhorar a situação dos reservatórios. "Os reservatórios estão mais confortáveis em relação ao ano passado. [O ONS] Não espera deplecionamentos significativos", observou.

O executivo voltou a defender a contratação de térmicas de base e nucleares, além da realização de leilões por produto e fonte. Além disso, ele descartou o desligamento do parque térmico nos próximos meses, pois os reservatórios não estão recuperados.

Em relação a transmissão, o diretor disse que está pleteado a antecipação da entrada do primeiro bipolo de Belo Monte de março de 2018 para setembro de 2017. Isso traria um ganho de 1.274 MW médios ao sistema.