Conhecido por manter um bom relacionamento com o mercado no período em que ocupou a presidência do Conselho de Administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata teve sua nomeação para o Ministério de Minas e Energia elogiada por dirigentes de diferentes associações empresariais do setor elétrico. Barata é o novo secretário-executivo do MME, cargo ocupado anteriormente por Márcio Zimmermann, atual presidente da Eletrosul.

Engenheiro com longa carreira no setor, o novo secretário foi diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico e superintendente da Câmara antes de ser indicado pelo governo para a presidência do conselho de administração em 2011. O mandato na Câmara terminou em 30 de abril, quando ele foi substituído pelo então superintendente da Aneel, Rui Altieri.

Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica, Reginaldo Medeiros, “o clima do diálogo no setor está se configurando de forma positiva”, porque o ex-dirigente da Câmara de Comecialização de Energia Elétrica é uma pessoa ponderada e equilibrada, e tem conhecimento de todos as áreas do setor. “Nos últimos três anos, o setor tem se concentrado em ações pontuais de curto prazo. Precisamos de uma visão de futuro e ficamos muito felizes que o ministro tenha feito essa indicação”, afirmou Medeiros. Ele destacou que assim como a economia brasileira está em um período de ajuste fiscal, é necessário alguém que faça um ajuste no modelo, para preparar o setor para o futuro.

A nomeação agradou também o presidente da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia, Mário Menel. “Acho que é o homem adequado para a posição nesse momento em que a principal reclamação dos agentes é com respeito à falta de diálogo que o governo tinha na área de energia. E Barata sempre foi uma pessoa aberta ao diálogo. Chamou as associações para dentro da CCEE e mostrou habilidade no diálogo”, disse Menel.

O presidente da Abiape disse ter esperança de que Barata faça “uma dobradinha interessante” com o ministro Eduardo Braga. “É uma casamento que me parece muito bom”, afirma, ao destacar que o dinamismo e a visão estratégica do ministro terá contrapartida do novo auxiliar em termos de visão, organização e gestão da equipe. “O Barata sabe se antecipar aos problemas e não deixa que eles tomem uma grande proporção.”

Executivos de outras entidades do segmento de geração repetiram a mesma avaliação da Abiape. O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Charles Lenzi, declarou que os associados da instituição ficaram satisfeitos com a indicação. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Geração de Energia Elétrica, Flávio Neiva, lembrou a formação profissional extensa do novo secretário, que coroou o currículo, em sua opinião, ao assumir tarefas difíceis como dirigente da CCEE. Entre elas, a definição do empréstimo para socorro às distribuidoras, via Conta ACR. “Sem a Conta ACR, não teria como fazer a liquidação [dos débitos das distribuidoras no mercado do curto prazo]”, afirmou Neiva.
 
Nelson Leite, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, ressalta que os agentes de distribuição receberam de forma positiva a nomeação de Barata para o MME. Leite acredita que o secretário vai manter um relacionamento pautado na confiança e na busca de soluções que garantam a sustentabilidade do setor. Ele também mencionou o bom trânsito que as empresas têm com o ex-dirigente da CCEE, embora ressalte que também não tinha problemas de comunicação com o secretário anterior. “Nós temos temas importantes sendo discutidos, como a renovação das concessões e uma série de aperfeiçoamentos que consideramos importantes no modelo institucional do setor elétrico.”