A AES Tietê reportou um lucro líquido de R$ 200,3 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 44% ante os R$ 357,9 milhões apurados da janeiro a março de 2014. O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia ficou em R$ 392 milhões, uma queda de 34% na comparação com o mesmo período de 2014. A margem ebitda recuou 21,7 pontos porcentuais, para 56,8%. A margem líquida apresentou queda de 18,3 p.p., para 29%.

A empresa classificou o período de desafiador em função do cenário de escassez hídrica com afluência abaixo da média histórica, alto despacho térmico e ainda a perspectiva de retração do consumo. A combinação desses três fatores mais a sazonalização concentrada nos três primeiros meses de 2015 levaram a um rebaixamento do MRE de 20,7% nesse trimestre, um índice bem mais elevado que os 3,9% do mesmo período do ano anterior. Contudo, o menor valor do PLD amenizou o impacto sobre os resultados da geradora. O nível de reservatórios da empresa ficou em 59,2%, um patamar 14,8 p.p. acima do mesmo período de 2014.
A previsão de rebaixamento para o ano de 2015 está entre 18% e 20% com um impacto estimado para a empresa na casa de R$ 790 milhões a R$ 880 milhões no ebitda. Em todo o Brasil a empresa se utiliza da expectativa da Apine de que o impacto do GSF possa chegar a R$ 24 bilhões.
A receita líquida da companhia somou R$ 690 milhões no período, um montante 8,8% inferior ao registrado um ano antes. A AES Tietê explicou que esse comportamento se deve ao menor volume de energia vendida no mercado à vista, compensado pelo maior volume vendido à AES Eletropaulo. Ao mesmo tempo, os custos e despesas operacionais aumentaram 83% na base de comparação trimestral, esse fator também é atribuído ao maior volume de energia que foi necessário comprar no MCP.
A energia gerada pela AES Tietê ficou em 2.040,5 GWh, um volume 26,9% menor do que o reportado no ano anterior. O principal fator para esse comportamento veio em função da política de despacho do ONS que visa preservar os reservatórios. A geração bruta foi o equivalente a 61% da garantia física no primeiro trimestre do ano.
A empresa está 100% contratada esse ano, mas a partir de 2016 quando não terá mais o contrato com a AES Eletropaulo de 1.268 MW médios a companhia possui 83%,74% e 47% de energia assegurada já vinculada a um contrato para os anos de 2016, 2017 e 2018, respectivamente.