A nova configuração econômica e ambiental do setor elétrico nacional, com a chamada geração limpa próxima ao consumidor e conectada à rede de distribuição, é o ponto de partida para a concepção de um guia para o uso correto de cabos elétricos em sistemas de energias renováveis, que o Instituto Brasileiro do Cobre – Procobre acaba de lançar.

O material foi elaborado para levar mais facilidade na aplicação de cabos elétricos com condutores de cobre, sendo destinado a fabricantes, projetistas e instaladores de torres eólicas e painéis fotovoltaicos. “O guia é uma espécie de manual de boas práticas para orientar profissionais técnicos sobre quais cabos elétricos serão aplicados nos sistemas, prevendo a correta determinação e especificação dos materiais utilizados”, explica o diretor executivo do Procobre, o engenheiro eletricista Glycon Garcia.

Segundo Garcia, o conteúdo do guia também é uma ferramenta importante para esclarecer os consumidores interessados em adotar sistemas de energias renováveis em ambientes residenciais ou comerciais para que tenham suas necessidades atendidas integralmente. “Mesmo sem conhecimento técnico, o consumidor que se interessar em ler o guia terá o entendimento sobre as normas que regem o processo de instalação dos cabos e noções básicas para conversar com o profissional contratado”.

O executivo destacou que algumas áreas que utilizam cabos de cobre requerem isolação específica para suportar determinadas condições, como temperatura, por exemplo. “Daí a necessidade de elaborarmos um material a partir de peculiaridades de aplicação dos cabos em alguns segmentos da indústria, compartilhando esse rico conteúdo e estendendo seu alcance a profissionais de cada um dos setores abordados e ao público em geral”.

Guia de Aplicação para Cabos Elétricos com Condutores em Cobre – Energias Renováveis é o quinto volume de uma coleção que terá oito títulos e irá facilitar o acesso às normas vigentes, contribuindo para o entendimento do leitor sobre os equipamentos e reforçando a importância de ter sistemas instalados de acordo com as normas, o que amplia a segurança das instalações, a vida útil dos cabos e a eficiência energética.

A publicação também apresenta a evolução da geração distribuída no país, mercado que vem crescendo exponencialmente. Para se ter uma ideia do avanço, no mês de março, o foi atingida a marca histórica de 200 MW de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração solar no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

A explicação para o interesse crescente da população em sistemas de energias renováveis encontra amparo, segundo o executivo do Procobre, na maior consciência ecológica dos consumidores e no aumento da tarifa de energia elétrica nos últimos anos.

Quanto à geração centralizada, o Brasil, em janeiro deste ano, ao atingir seu primeiro gigawatt, garantiu posição entre os principais mercados do mundo. Essa potência equivaleria abastecer com energia limpa, sustentável, 500 mil residências no país ou 2 milhões de brasileiros.

O mapeamento dos níveis e faixas de irradiação confere ao país posição privilegiada, que não se restringe à energia fotovoltaica, mas abarca também a geração eólica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Brasil já gera 13 gigawatts de potência, o que é comparado à produção da Usina de Itaipu, maior hidrelétrica nacional. Em capacidade instalada, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, sigla em inglês), o país ocupa a 8ª posição.

O guia desenvolvido pelo Instituto dedica também um capítulo a aplicação dos cabos em sistemas eólicos. “Ele traz uma visão geral de uma instalação eólica e as famílias de cabos para aplicações internas e externas (entre torres) ao aerogerador”, afirmou Garcia. A proposta é facilitar a seleção e o dimensionamento dos cabos pelos profissionais eletricistas também nesses sistemas.