A Engie anunciou que irá investir R$ 2,9 bilhões em projetos eólicos no Brasil até 2020. A iniciativa faz parte da estratégia global adotada pela empresa de apostar em seu crescimento através da geração renovável. No caso, dois grandes complexos eólicos estão em construção na Bahia: Campo Largo, que iniciou a operação comercial na última quarta-feira (4), e Umburanas, em fase de obras civis, e que iniciará operações no início de 2019.

Os empreendimentos terão capacidade de gerar, respectivamente, 326,7 MW e 360 MW em suas primeiras fases, respondendo por cerca de 60% da capacidade dos projetos em desenvolvimento mais avançado da empresa. “Ainda que não tenham a construção iniciada, os complexos estão aptos a participar de leilões regulados de compra de energia”, afirmou o diretor presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, citando como exemplo o projeto Santo Agostinho (700 MW), no Rio Grande do Norte. No médio prazo, a capacidade instalada da companhia poderá ser ampliada em 2 GW.

A primeira fase do complexo Campo Largo prevê 11 parques eólicos e já conta com a EOL Campo Largo VII, que possui 11 aerogeradores e 29,7 MW de potência instalada e em operação comercial aprovada pela Aneel. De acordo com Sattamini, o cluster Campo Largo/Umburanas é o maior complexo eólico que a companhia já empreendeu. Ele também destacou que a logística para realizar as atividades em uma área extensa, com mais de 70 km de acessos internos, é o grande desafio dos projetos.

Umburanas teve suas obras civis iniciadas em janeiro deste ano, com a construção das vias internas e das fundações para os 144 aerogeradores de suas 18 centrais eólicas. A expectativa é que esta etapa da obra termine em dezembro. Em paralelo, estão sendo construídas linhas de transmissão e uma subestação, a ser energizada no final de outubro.

Os dois complexos contaram com R$ 273,6 milhões em recursos durante primeiro trimestre de 2018. Trairi (115 MW) e Santa Mônica (97,2 MW), ambos no Ceará, já operam comercialmente, além de uma unidade de pesquisa e desenvolvimento em Tubarão, Santa Catarina (2,1 MW).

Projetos sociais 

Os projetos se beneficiam da sinergia de suas infraestruturas e têm levado diversos benefícios à população local, carente de infraestrutura e serviços: “Estamos empregando 2.300 pessoas nos dois complexos e já investimentos R$ 6 milhões em projetos sociais, além de R$ 7 milhões na pavimentação do acesso externo”, contou Sattamini.

As ações incluem a doação de ambulâncias para a Secretaria de Saúde de Umburanas, a construção de hortas comunitárias irrigadas, a reforma do telhado de uma escola e de uma praça, que terá área de lazer para crianças e adolescentes.

Outra iniciativa com excelentes resultados é aplicação de R$ 700 mil em um projeto de alfabetização de jovens e adultos, com mais de 150 inscritos. “Essa é uma medida que me traz muita felicidade, pois estamos transformando a realidade dessas pessoas, ampliando seus horizontes e sua percepção da vida, a partir do fato de aprenderem a ler e a escrever”, declarou o executivo.