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O próximo biênio será o mais desafiador para a indústria eólica no Brasil. Todas os seis fabricantes que participaram do Brazil Wind Power nesta quinta-feira, 9 de agosto, confirmaram que houve redução na produção nos últimos anos, reflexo da baixa contratação nos leilões regulados de 2015 e 2016.

Até então, os fabricantes não haviam percebidos os efeitos da crise econômica na mesma proporção como ocorreu em outros setores da economia brasileira, pois, apesar da redução no nível de produção, os pedidos na carteira garantiram a atividade no chão das fábricas. Esse adiamento da crise, porém, chegou ao fim, obrigando o setor a encontrar soluções para atravessar esse período até que ocorra a retomada dos bons ventos.

“Principalmente para a cadeia de fornecedores, acho que o pior ainda está por vir”, disse João Paulo Gualberto da Silva, diretor de Energia Eólica da WEG, explicando que a empresa ainda tem produção em razão do que foi vendido nos leilões de 2014 e 2015. A boa notícia é que a indústria brasileira dá sinais de recuperação da atividade, o que coloca uma expectativa positiva para o futuro da demanda por energia.

Segundo Rosana Santos, diretora de Produto e Marketing da GE Wind Onshore, a empresa só não sofreu neste ano os feitos da baixa contratação porque tinha projetos viabilizados no mercado livre que permitiram manter a fábrica ocupada. “Acho que os anos mais complicados serão 2019 e 2020… Esse biênio vai exigir muita imaginação da nossa parte para manter a produção”, disse.

A partir de 2021, esse gargalo começa a destravar com a entrega de parques viabilizados em 2017. “Eu não acredito que vamos retornar aos níveis de 2013, mas acredito que a eólica retomará sua trajetória que levou a ser a segunda fonte da matriz e vai continuar tendo um papel relevante na expansão da oferta de energia”, disse Santos.

A combinação de projetos no mercado regulado e livre também tem ajudado a ‎Wobben Windpower a manter a fábrica com alguma ocupação neste ano. No entanto, por conta de uma mudança interna, a empresa será obrigada a paralisar a produção se adaptar a uma nova plataforma, disse Fernando Real, presidente da companhia. “A Wobben acredita no Brasil e vamos seguir investindo em fábricas no país.”

A chinesa Goldwind South America acabou de chegar no país, mas disse que veio para ficar. “A Goldwind está entrando de maneira definitiva, num primeiro momento na área de serviços, mas o nosso core é fabricação”, disse Joe Barbosa, gerente comercial.

Rodrigo Ugarte, diretor de suprimento da ‎Siemens Gamesa, lembrou que foi muito penoso para a empresa construir uma cadeia de suprimento que fosse capaz de competir no mercado nacional. Além de buscar contratos de projetos no mercado livre, a companhia iniciou um processo de exportação de equipamentos para manter as atividades fabris.

“Como forma de manter a cadeia rodando, além de vendas para o mercado livre, temos feito uma iniciativa de exportação. A intenção não é fazer margem ou tentar maximizar resultado no balanço, é simplesmente vendas intercompanhias para que a gente possa manter a capacidade da cadeia”, explicou Urgarte.

Muito parecido com os restos dos fabricantes, a Nordex Acciona também está sofrendo com a falta de contratação. A empresa lamentou a perda de mão de obra qualificada por conta da redução dos volumes contratados. Ele lembrou que muito recurso foi investido pela companhia para se adequar as regras do Finame. “Tivemos que lançar mão de ideias criativas para manter a cadeia”, disse Julio Cesar Pinheiro Goes, chefe de pesquisa da Nordex Acciona.