A Light Energia S.A. vendeu a totalidade das ações que detinha na Renova Energia pelo valor simbólico de R$ 1 ao CG I Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia. Antes de o negócio ser fechado, a subsidiária da concessionária de distribuição era dona de 17,17% do capital social da geradora renovável, através de 7.163.074 ações ordinárias e de 98 ações preferenciais, enquanto o fundo de participação já possuía previamente 17,82% do capital social da Renova. A operação foi firmada entre as partes no último domingo, dia 13 de outubro, segundo informou nesta segunda-feira (14) a Light por meio de fato relevante divulgado ao mercado financeiro.
De acordo com o comunicado, a transação está sujeita ao cumprimento de condições pré-acordadas com terceiros, entre eles o BNDESPar, que será notificado quanto ao direito de tag along total e direto. O braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social responde por 5,01% de ações da gerador fora do seu bloco de controle. Da mesma forma, a Cemig Geração e Transmissão – principal acionista da Renova, dona de uma fatia de 45,83% do capital social – será notificada quanto ao direito de preferência e de venda conjunta dos seus papéis. Caso a Cemig GT exerça esse direito, o fundo CG venderá a ela parte das ações adquiridas da Light Energia.
Ainda de acordo com o comunicado lançado hoje ao mercado, uma outra subsidiária da Light, a Lightcom Comercializadora de Energia, celebrou com o mesmo fundo CG um Termo de Cessão por meio do qual cedeu todos os créditos detidos junto à Renova. Segundo o fato relevante, todas as operações firmadas entre as duas subsidiárias da Light e o CG I Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia “estão em linha com a estratégia de desinvestimento de ativos non-core”, e têm o objetivo de direcionar o foco dos negócios da Light “na geração de valor aos seus acionistas pela melhoria operacional no seu ativo de distribuição”, diz o texto.
A venda das ações da Light Energia na Renova ocorre dias após a AES Tietê ter desistido de adquirir o parque eólico Alto Sertão III, transação considerada fundamental para a geradora renovável conseguir fazer frente a uma dívida de R$ 933 milhões junto ao BNDES decorrente de um empréstimo tomado para financiar a construção do empreendimento. Em agosto deste ano, o BNDES já havia prorrogado por 60 dias o pagamento do financiamento. Com 438 MW de capacidade instalada, a Fase A do complexo eólico, localizado no estado da Bahia, está com as obras paralisadas há 3 anos. A Renova terminou o segundo trimestre do ano com prejuízo de R$ 426,5 milhões.