O consumo total de gás natural no Brasil registrou em maio uma retração de 25,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume caiu de 54,4 milhões de metros cúbicos/dia em maio de 2019 para 40,6 milhões de metros cúbicos/dia.
O comércio foi o que sofreu o maior impacto na demanda, com recuo de 63,9% em maio relação ao mesmo mês do ano anterior. Em seguida vem termogeração com retração de 24,9% e no segmento industrial, com 24%. O segmento residencial, por outro lado, teve crescimento de 26,8% no confronto de 12 meses.
Segundo a Abegás, esse comportamento é resultado direto do efeito da pandemia de covid-19. Pelo segundo mês consecutivo, a redução é de 25%, mas, contemporizou, pelo menos na comparação com abril, os dois segmentos não térmicos de maior consumo –- o industrial e o de GNV — apresentaram um certo nível de recuperação: alta de 12,8% e 8,1%. Já o comércio segue duramente afetado, queda de 36,5% em maio ante abril.
Os dados preliminares de junho – ainda não consolidados – mostram que a crise continua. Além da redução de consumo, a inadimplência é um fator que preocupa. A entidade aponta que seguem em tratativas com o Ministério de Minas e Energia no sentido de obter uma solução que atenue a crise e ajude o setor na travessia desse momento.
“Nas nossas estimativas, é preciso um fundo de R$ 3 bilhões. A solução para o setor elétrico já foi encontrada e é necessário agilidade para resolver certos entraves para facilitar empréstimos bancários que evitem que o setor seja desestruturado. O setor de gás natural será fundamental para o processo de recuperação da economia”, afirma em comunicado o presidente executivo da entidade, Augusto Salomon.