A Celesc avalia a entrada em novos negócios para além da distribuição e produção convencional de energia, mirando atualmente as atividades de comercialização e geração distribuída solar, afirmou o Diretor de Geração, Transmissão e Novos Negócios da companhia, Pablo Cupani Carena, durante reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – Apimec SP, nesta quinta-feira, 20 de agosto.

O executivo afirmou que a questão vem sendo tratada pelo plano diretor e nas discussões internas da empresa, que tem orientado para um foco maior sob esses segmentos. “Pensamos numa abertura para outros modelos de negócio para que a empresa possa aumentar seus ganhos extra distribuição e assim alavancar as receitas do grupo”, resumiu Carena.

Afora essa estratégia e levando em conta a política de contingenciamento de gastos frente à pandemia, a estatal catarinense está com quatro projetos em andamento na área de geração, todos basicamente de revitalização de usinas. Entre eles a ampliação da PCH Celso Ramos, que passará de 8,3 MW para 13,9 MW, num aporte de quase R$ 40 milhões, com a energização prevista para março do ano que vem.

Já no planejamento de médio prazo constam as obras nas centrais Maruins, que obteve a licença de instalação na semana passada, Salto Weissbach, que passará de 6,3 MW para 29 MW em Blumenau, numa obra de R$ 160 milhões, e da CGH Caveiras, que ganhará mais 4 MW, totalizando 8,5 MW de potência instalada em Lages.

Eventos climáticos – Perguntada sobre a ocorrência do ciclone deste ano e como enxerga uma possível recorrência desses eventos climáticos para o sistema elétrico da concessão catarinense, a Diretora de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Claudine Anchite, comentou que há um projeto de P&D da empresa em curso abordando essa possível influência sobre a rede elétrica do estado, se seriam ocorrências esporádicas ou é algo relevante para o empenho e constituição de políticas públicas.

Teríamos uma tese para trazer em um possível momento de necessidade dessa segurança para nossa base de remuneração e investimentos, no sentido da prudência dos aportes no setor da distribuição”, justifica Claudine, lembrando do evento como uma  “operação de guerra em 48 horas realizada com empregados próprios e parceiros comerciais”,

Agora a fase é de levantamento de tudo o que foi utilizado no ciclone, os gastos. “Em termos materiais não passa de R$ 10 milhões, mas ainda tem a mão de obra e serviços, o que deve se refletir nos resultados do terceiro trimestre”, complementa.