O consumo de energia no mercado livre avançou 3,8% nas duas primeiras semanas de agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o mais recente estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. No mercado regulado, porém, o consumo caiu 2,9% na mesma base de comparação, fazendo com que a retração no Sistema Interligado Nacional ficasse em 0,8%. Os percentuais não consideram os expurgos de migrações entre os ambientes. Os resultados são preliminares e sofrerão alterações até que todos os dados sejam consolidados, o que pode impactar a comparação com outros períodos. Foram coletados 98% dos dados de consumo.

As informações levam em conta o consumo total do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. Além disso, o estudo não calcula os dados de Roraima, único estado não interligado ao sistema elétrico nacional.

Com relação ao consumo de energia por ramo de atividade, excluídos os efeitos de migrações para o mercado livre, os setores com as quedas mais expressivas em agosto, na comparação anual, foram os de serviços, com baixa de 22%;  transporte, com queda de 14% e veículos, com recuo de 12%.  Outros sete setores apresentaram alta na comparação anual: bebidas, que subiu 12%; minerais não-metálicos, com alta de 7%; saneamento, com aumento de 5%; alimentícios, com alta de 3%; metalurgia, com 2% de crescimento e  manufaturados diversos e extração de minerais metálicos que subiram 1% cada.

A CCEE analisou ainda o desempenho do consumo de energia elétrica dos estados em agosto. O cenário mostra 21 estados em que houve elevação nos volumes consumidos, com maior percentual verificado no Piauí, de 79%. Apenas três estados apresentam queda no consumo em agosto no mercado livre: Bahia, impactada pelo ramo de químicos, com recuo de 30%; Maranhão, impactado pela sazonalidade do ramo de madeira, papel e celulose, caindo 94% e pela retração em metalurgia, com baixa de 30%; e Espírito Santo, impactado pelo ramo de extração de minerais metálicos, registrando queda de 34%. O Rio Grande do Sul apresentou retração elevada em agosto no mercado regulado, de 19%, impactado pelo alto volume de dados faltantes.