O contingenciamento de recursos pode bater à porta da Empresa de Pesquisa Energética. O alerta foi feito pelo presidente da estatal, Thiago Barral. De acordo com ele, uma parcela de cerca de 70% do orçamento discricionário para 2021 foi contingenciada, ficando inacessível. De acordo com ele, isso já está causando dificuldade no planejamento orçamentário, já que ela é responsável pela elaboração de estudos e apoio aos leilões do setor.

“Temos muita preocupação com a adequada manutenção das atividades da EPE”, afirmou o executivo, que participou nesta quarta-feira, 30 de setembro, de painel do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico.

A EPE já vinha em um programa de redução despesas. A estatal concluiu a mudança para a nova sede no edifício Marques dos Reis, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). O orçamento referencial de despesas discricionárias era de R$ 40 milhões, mas a proposta no PL orçamentário é de R$ 13,9 milhões, bem abaixo do previsto. O montante contingenciado só pode ser liberado com projeto de lei em 2021. A parte restante do orçamento, que envolve o pagamento dos cerca de 280 funcionários, é de R$ 89 milhões. Barral conta com o apoio do Ministério de Minas e Energia para reverter a situação.

O presidente da EPE lamentou a possível redução, já que havia a intenção de compra de ferramentas mais modernas para planejamento da geração, da transmissão e de modelagem da geração de recursos distribuídos. “Temos bastante preocupação. O setor precisa estar atento a isso e no que for possível apoiar a EPE para ela continuar dando a contribuição para o bom funcionamento do setor elétrico brasileiro”, avisa.