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A startup Energia das Coisas (EdC) é uma das dez finalistas do Capital Empreendedor do Sebrae São Paulo. O programa que prevê mentorias nas áreas comportamentais e de vendas, além de um circuito de investimentos e aceleração que acontecerá em novembro para três empresas que se destacarem na quarta edição dessa iniciativa cuja meta é  aproximar os novos ecossistemas aos investidores de risco, somando 497 projetos capacitados em todo país. Ao total os aportes chegam a R$ 52,9 milhões.

Fruto de um spin-off da Home Carbon Energy Solutions, empresa que presta serviços de eficiência energética para o setor elétrico, a EdC foi desenvolvida desde 2017 como uma ferramenta de valor agregado ao portfólio da companhia.  Chega nesse ano ao mercado como solução para gestão energética, a partir de um aporte de R$ 1,5 milhão e sob uma estrutura independente, tendo já 36 usuários entre parceiros e clientes nesses primeiros meses de atuação.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO da startup, Rodrigo Lagreca, explica que a ideia é trazer análise de dados para trabalhar o comportamento das pessoas, o que pode conduzir naturalmente a uma diminuição dos gastos com energia e a possibilidade de avaliar ineficiências em seus equipamentos a partir da medição inteligente em tempo real. Além disso destaca a possibilidade readequar operações e usufruir de funções de liga e desliga remoto, eliminando o risco de luzes e aparelhos deixados ligados por esquecimento.

“É uma ferramenta que possibilita o engajamento do consumidor pois a cada ato que o usuário faz o monitor acusa o aumento de carga, permitindo o envolvimento e entendimento dos impactos”, explica o executivo, que testou a solução em mais de 50 domicílios de seis concessionárias espalhadas pelo Brasil.

Pensado incialmente para os consumidores residenciais e de baixa renda, o modelo surpreendeu pela procura por parte de empresas de grande porte. Esse movimento, conta ele, foi  intensificado pela necessidade de evitar desperdícios e economizar em tempos de pandemia, crise hídrica e aumento no preço da energia elétrica.

Inteligência de dados engaja consumidores a avaliarem desperdícios e tomadas de decisão (Edc)

“As empresas estão mais dispostas a investir em soluções que monitorem e otimizem suas demandas energéticas, evitando desperdícios diante da crise”, resume Lagreca. Ele ressalta que um produto interessante ao cliente residencial são as notificações sobre o status de consumo, avisando o usuário sobre questões pontuais e podendo ser um aliado na tomada de decisão pela Tarifa Branca, com economias que podem chegar a 15%.

Os pacotes de soluções da EdC começam na faixa de R$ 850 para clientes monofásicos do grupo B, com acesso ao aplicativo e limitação da instalação de 100 ampères por fase. Já com o premium, de até R$ 2.800, é possível fazer a medição de até 800 ampères por fase e ter acesso a painéis, alertas customizados e uso de automação para equipamentos, podendo contratar o pacote também através de um contrato de comodato, por R$ 450 mensais.

“Os feedbacks mais consistentes decorrem da informação que o cliente passa a ter. Nossa solução não garante economia, garante informação”, pontua o CEO, lembrando de um caso envolvendo uma fábrica de pão de queijo em Osasco (SP) que não conseguiu economizar, mas gerir a sua fatura para que não aumentasse nos últimos meses.

Já a maior função de valor agregado é a possibilidade de ligar e desligar as cargas de forma remota sob demanda ou programada. Essa característica tem uma importância ainda maior para os gestores monitorarem o consumo após o fim de expediente nas fábricas, comércios ou escritórios, evitando desperdícios por esquecimento ou negligência dos funcionários.

Perspectivas e mercado internacional

Após aplicar diretamente R$ 1,5 milhão no desenvolvimento tecnológico da solução e na sua promoção ao mercado, Lagreca conta que a Energia das Coisas está atualmente na fase de atração de clientes e em tratativas com novos investidores. O foco  é angariar R$ 2 milhões para acelerar seu crescimento, cuja meta de faturamento é de fechar o ano com R$ 700 mil a R$ 1 milhão em caixa.

A perspectiva vem das possibilidades de comercialização baseada em White Label, modelo de negócio no qual um produto ou serviço pode ser revendido por pessoas ou empresas sem divulgação dos direitos autorais. Esse é o caso das elétricas e da área de Telecom, que estão constituindo empresas de soluções e buscando muitas vezes projetos maduros em startups para implementação e escalonamento.

Spin-off da Home Carbon foca no direcionamento de mercado e aproximação com grandes players (EdC)

Sobre o atual momento e possibilidades de aceleração, o CEO da startup destacou a possibilidade expansão para o mercado internacional a partir de um contato realizado no ano passado no programa Startout, com quatro países interessados no negócio, entre América Latina, África e Oriente Médio.

“O mercado brasileiro não tem muita tradição internacional e estamos buscando desenvolver isso também com aplicações ligadas à inteligência de dados para indústria e mobilidade elétrica”, afirma Rodrigo Lagreca.

Segundo ele o principal desafio hoje da Edc é conseguir capacitar e atrair mais talentos para a startup, diversificando as competências, o que exige também equipamentos e principalmente caixa para bancar. No curto prazo, o objetivo é dar um direcionamento de mercado e aumentar o relacionamento com os grandes players mapeados.

“Devemos fechar o ano com dois grandes contratos e no ano que vem expandir a carteira numa perspectiva mais de inteligência de dados e não apenas vinculada ao hardware físico, mas no tratamento das informações com inteligência”, finaliza o executivo.