Dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica destacaram que o consumo de energia elétrica na primeira quinzena de outubro teve um recuo de 7,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Brasil demandou 62.478 megawatts médios do Sistema Interligado Nacional.

Segundo a CCEE, a retração é resultado do registro de temperaturas mais amenas no Sudeste e no Sul no início de outubro, que influenciaram uma queda mais acentuada no Ambiente de Contratação Regulada, que atende consumidores de menor porte, como pequenos comércios e os residenciais. Vale reforçar também que os dados são prévios e podem sofrer alterações até o fim do período de contabilização. No ACR a demanda foi de 40.917 MW médios, volume 12,5% menor frente ao mesmo período de 2020. Já no Ambiente de Contratação Livre, também conhecido como mercado livre, que atende diretamente empresas de grande e médio porte, como indústrias e shoppings, foram consumidos 21.561 MW médios, montante 2,1% acima do que foi registrado no ano passado.

Porém, a transferência de consumidores entre esses dois ambientes também é um fator que tem influenciado os números. Se considerarmos na comparação apenas as cargas que já existiam no ACR e no ACL nos primeiros 15 dias de outubro do ano passado, ou seja, desconsiderando a migração dos últimos 12 meses, haveria quedas de 2,1% e de 10,5% nos mercados livre e regulado, respectivamente.

(Divulgação: CCEE)

Avaliando dados regionais do Boletim da CCEE, nota-se que o Norte registrou aumento no consumo de energia em quase todas as unidades federativas, com exceção do estado do Tocantins. Destaque para Rondônia, que avançou 7% na comparação anual. No Nordeste, Ceará e Sergipe registraram a maior alta, de 4%, enquanto Bahia teve o maior recuo, de 6%. No Centro-Oeste, onde todos os estados reduziram o consumo, o Mato Grosso teve o maior declínio, de 17%. Já no Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro retraíram 15% e 14%, respectivamente. No Sul, o Rio Grande do Sul demandou 12% menos eletricidade.

(Divulgação: CCEE)

A CCEE destaca ainda um aumento expressivo na produção de energia a partir de usinas solares fotovoltaicas e parques eólicos, que avançaram 46,6% e 29%, respectivamente, nas duas primeiras semanas de outubro, complementando a oferta do SIN. As usinas hidrelétricas continuam sendo a principal fonte de energia do país, apesar da redução de 26,3% na comparação com 2020, em função do cenário hidrológico atual, que também elevou em 41,7% a geração nas usinas termelétricas.

(Divulgação: CCEE)