Debate sobre fontes renováveis de energia mostrou novamente o poder do Brasil nesse segmento. Durante o Congresso Mercado Global de Carbono, realizado no Rio de Janeiro, Roberta Bonomi, líder da Enel Green Power Brasil, declarou que a Companhia vai triplicar globalmente sua capacidade de geração renovável até 2030.

“O Brasil tem um ponto interessante porque possui os melhores recursos solares e eólicos do mundo e que particularmente ficam no Nordeste, porém, tem os piores índices de desenvolvimento social e econômico e essa transformação energética permite que possamos redistribuir os investimentos para as regiões que precisam. Semana passada anunciamos uma nova usina na Bahia, que vai produzir 350 megawatts gerar 1.200 empregos diretos e isso para as prefeituras faz toda a diferença”, disse.

No mesmo sentido, a EDP está investindo bastante em energia solar. “Há 15 dias anunciamos uma grande usina solar em São Paulo e uns meses antes uma usina solar no Rio Grande do Norte e ainda este ano vamos anunciar uma grande usina no Nordeste”, disse o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz.

Ele ainda destacou que 85% da produção da eletricidade no Brasil é renovável. “Há poucos países no mundo com porcentagens deste gênero e normalmente divide-se as fontes de energia em três grupos (renováveis, térmicas e nucleares). A transição energética é boa e necessária”, assegurou.

Durante o Congresso, o CEO da EDP Brasil também declarou que o brasileiro deverá mudar em relação ao setor de energia. “Hoje eles não tem o direito de escolher o seu fornecedor de eletricidade, mas a liberalização do mercado vai acontecer pois há um processo legislativo em curso”, ressaltou.

Cruz acredita que tem de haver um sistema que penaliza a queima de gases que liberam carbono e que essa penalização seja canalizada para viabilizar projetos de hidrogênio verde. “Evidente que este mecanismo quando transformado em obrigatório mais fácil será a viabilidade de projetos de hidrogênio verde e o que poderão ser uma forma de exportação”, finalizou.

O Diretor-geral Itaipu, Almirante Anatalício Risden Junior, destacou o plano decenal de expansão de energia. “Para o investidor gostaria de chamar atenção o plano decenal, onde ele coloca o parâmetro de crescimento da demanda do mercado e isso permite ao empresário ou investidor ter uma visão de longo prazo, mostrando qual é o futuro da questão de energia do nosso país”, finalizou.