O Brasil consumiu 63.519 MW médios de energia elétrica nos primeiros quinze dias de agosto, alta de 3,3% em relação ao mesmo período de 2021, apontam os dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O resultado reflete principalmente a retomada de alguns ramos de atividade econômica importantes para o país, como serviços e madeira, papel e celulose, além de temperaturas máximas mais elevadas em grande parte do território nacional.

O mercado livre, que abastece a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, consumiu 23.219 MW médios, montante 5,7% maior na comparação com o ano anterior. Outros 40.300 MW médios foram destinados ao mercado regulado, que contou com incremento de quase 2% no comparativo anual. Ao desconsiderar as migrações entre mercados nos últimos 12 meses, o volume de energia consumida no ACL teria crescido cerca de 3,3%, enquanto o ACR registraria uma ampliação de 3,2%.

Os painéis solares instalados em residências e empresas, na chamada micro e minigeração distribuída, também reduzem a demanda da rede. A CCEE destaca que se não houvesse esse tipo de sistema, haveria aumento de 3,9% no volume demandado pelo segmento regulado.

Economia e consumo regional

A Câmara de Comercialização monitora o consumo de energia elétrica em 15 ramos de atividade econômica e quase todos eles tiveram demanda maior no início de agosto em relação a 2021, conforme o gráfico a seguir.

O Maranhão liderou a lista dos estados com a maior alta, de 16%, seguido por Rondônia e Acre, com 14% e 12%. Entre os recuos, temperaturas mais amenas do que as registradas na primeira quinzena de agosto do ano passado reduziram a demanda em 9% no Rio Grande do Norte e 2% no Ceará. Já São Paulo, Espírito Santo e Piauí tiveram um pequeno declínio, de 1% cada um.

Geração

As chuvas acima da média histórica registradas na região Sul e em parte do Sudeste durante os primeiros quinze dias deste mês contribuíram para o aumento de quase 40% na participação das usinas hidrelétricas na matriz de geração brasileira. Como consequência, a produção pelas termelétricas recuou 55% no comparativo anual.

Bom momento também para a geração eólica, considerada a terceira principal fonte de energia do país e que entregou 11.408 MW médios para a rede, volume 9,5% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Já as fazendas fotovoltaicas produziram 1.459 MW médios, um crescimento de quase 70%.