A produção nacional de urânio enriquecido dará mais um passo na próxima sexta-feira, 25 de novembro. A Indústrias Nucleares do Brasil – INB inaugurará, na Fábrica de Combustível Nuclear- FCN, em Resende/RJ, a 10ª cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio. Com a ampliação, a INB finaliza a primeira fase da implantação e reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais.

De acordo com a empresa, a entrada em operação da 10ª cascata de ultracentrífugas, conjunto de equipamentos que realiza a concentração do urânio em seu isótopo físsil, capaz de gerar energia, possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1, correspondendo a um acréscimo de cerca de, aproximadamente, 5% em relação à capacidade atual.

A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN). De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.

A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN está sendo realizada, de forma modular, em duas fases. A segunda será composta por trinta cascatas. O projeto para a implantação da 2ª fase, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU), já foi iniciado com o projeto básico, que se encontra em elaboração, e com a solicitação de licenças aos órgãos de fiscalização: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama e Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.

Quando a implantação da Usina estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, até 2037, a demanda de Angra 3.