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Um Projeto de Pesquisa & Desenvolvimento elaborado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, Institutos Lactec e da Copel GT criou um modelo com uma visão alternativa para o despacho hidrotérmico. O Lynx consegue uma flexibilidade maior na consideração do risco associado ao CMO. A otimização dos recursos dá o tom no modelo, que traz um tipo de quebra de paradigma, por estudar o contexto e partir para uma decisão adequada.

De acordo com o professor da UFPR, Marcelo Rodrigues Bessa, coordenador do projeto, o modelo atualmente usado, o Newave, parte de uma representação individual da usina. Segundo ele, quando da concepção desse modelo, a população brasileira e por consequência o consumo era bem menores, além do fato de o governo ser o proprietário das grandes hidrelétricas. Eventuais desajustes na geração eram equacionados facilmente.

Com as privatizações da década de 90, o número de donos das usinas aumentou, levando o modelo – que havia sido concebido para trabalhar de forma agregada, por subsistema – a perder qualidade da informação e representação.

Ele conta que a proposta do Lynx é representar as usinas individualmente, sem sistemas agregados. Com isso, o número aumenta consideravelmente. “Aí eu tenho muito mais usinas do que tenho antes, mas tenho mais vazões”, explica. Eram quatro conjuntos de vazões agregadas e no modelo criado pelo projeto P&D são mais de 150, com características diferentes. A programação usada pelo Lynx é não linear.

Ao comparar com o modelo atual, o nível de operação dos reservatórios fica mais elevado. Para cada metro cúbico turbinado de água, o volume fica maior e a necessidade de água é menor. “No final com os reservatórios com mais água. A representação é mais precisa”, explica.

O detalhamento dos reservatórios traz esse melhor aproveitamento do recurso hídrico. O Lynx faz uso da inteligência artificial produzindo milhares de séries sintéticas. Essas séries se diferenciam das históricas, já que usam os parâmetros estatísticos que foram registrados ao longo do tempo com o horizonte de cinco anos. “É como jogar um dado que tem todas as séries históricas e vejo não a que aconteceu, mas aquela que poderia acontecer”, avisa.

O modelo produz um filtro de tendência hidrológica, semelhantes com o que aconteceu no último ano. Segundo o professor, o critério fundamental é o da correlação, aproveitando os locais onde a produtividade de cada usina é maior. As usinas que têm baixa geração ficam enchendo, alocando o despacho de forma mais eficiente. A inteligência artificial aparece na hora da simulação, que é usada como um refinamento.

O projeto envolveu mais de 50 pesquisadores e o relatório final tem mais de 3.000 páginas. Ainda pouco conhecido, deverá ser divulgado no segundo semestre por meio de artigo científico. Em lugar do CVAR, é usada uma fronteira eficiente para cada nível de risco, uma espécie de ‘hedging’.

Por não ter um caráter oficial, o Lynx não pode ser usado de modo global, mas localmente ele pode servir de espelho para análise de resultados. A Copel deve usar o modelo internamente e ele está passando por adaptações. Com o Lynx é permitido estudar para onde vai a política operacional e a formação de preço usando o Newave, comparando com o resultado que poderia ser obtido com o modelo alternativo.

Segundo Klaus de Geus, da UFPR ,que também participou do projeto, é possível elaborar uma estratégia de comercialização de energia de acordo com o que o Lynx mostra, podendo aumentar a rentabilidade e obter vantagem competitiva. “É como se soubesse mais do futuro que o concorrente”, observa.

Salientada a todo momento pelos seus integrantes, a complexidade do projeto foi apontada como um desafio na execução do projeto de P&D. A gestão de pessoas durante o projeto também foi incluída pelo professor da UFPR como um desafio, por envolver os mais variados tipos de envolvidos. Ele lembra que na realização dos workshops, havia o estímulo para que todos falassem sobre os seus estudos, assim como as interações entre todos. “Esses mecanismos deram muito certo para que o projeto fosse bem sucedido”, conclui Bessa.