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A Eletrobras está avançando para melhorar a conectividade e digitalização de todos os seus ativos, em um trabalho conjunto entre as áreas de Operação e Inovação. Em entrevista exclusiva ao CanalEnergia, o vice-presidente de Inovação, Juliano Dantas, mencionou um aporte de R$ 20 milhões num projeto que está conectando todas as galerias da hidrelétrica de Tucuruí e que a empresa tem pelo menos mais R$ 80 milhões aprovados para aperfeiçoar, principalmente, a conectividade de algumas subestações em 2025 utilizando redes Wi-Fi de última geração.
O projeto consiste na atualização de toda infraestrutura de redes e cabeamento, instalações de Switches (dispositivo que conecta vários outros) e access-points industriais (Wi-Fi 6E), além de softwares de monitoramento e controle de acesso. “Iniciaremos nesse ano a modernização de 20 ativos priorizados com a vice-presidência de Operações”, informa Dantas.
Além de Tucuruí, o executivo afirma que serão realizados mais investimentos numa sequência de usinas, como Serra da Mesa, Itumbiara, Paulo Afonso, entre outras, para depois habilitar o uso de sensores que tragam mais dados que serão consumidos pelas plataformas de inovação da companhia. E que depois irão convergir para o centro do monitoramento integrado com Inteligência Artificial que a holding deve inaugurar nesse primeiro trimestre no Rio de Janeiro.
Dantas reforça que a Eletrobras tem perseguido soluções que assegurem competitividade dos negócios, assentada na digitalização de processos operacionais e corporativos e adaptabilidade a novas tecnologias. Neste contexto, a conectividade via redes Wi-Fi e a modelagem BIM (Building Information Modeling) georreferenciada são os habilitadores que irão permitir as diversas integrações tecnológicas.
Eletrobras trabalha na incorporação de novas tecnologias para finalizar transformação digital de todas suas 304 subestações até 2026 (Shutterstock)
Entre elas estão o controle de proximidade a equipamentos energizados por Beacons IoT; Smart-wearables IoT, aplicados à segurança do trabalho e em equipamentos de proteção individual e coletiva; sensores de monitoramento para motores de serviço auxiliar a transformadores de potência; soluções de realidade aumentada para suporte a operação local; Monitoramento RTLS de colaboradores em áreas de risco e digitalização da inspeção local por operadores.
Um dos exemplos de insights aplicados na operação é o sistema de refrigeração inteligente na UHE Tucuruí, que começou, segundo Dantas, em um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento. “Sensoriamos algumas máquinas e a partir de um algoritmo é possível prever, com muita antecedência, quando uma máquina pode entrar numa zona de risco em termos de obstrução”, pontua.
Outra solução que nasce também do programa de P&D é a inspeção de torres de transmissão e de locais de difícil acesso com uso de câmeras e robôs, e que começou pela criação de um banco de imagens para depois começar a correlacionar com outras mídias na inspeção. “Os skills geram um aprendizado e você começa a entender onde tem desvios, índice de corrosão ou de degradação de determinadas componentes, melhorando a precisão das inspeções”, explica Juliano.
À medida que a empresa avança, a evolução natural desse ecossistema digital incluirá a implementação de gêmeos digitais, os quais permitirão simulações mais precisas, predição de falhas e otimização da operação de usinas e subestações. Assim, a previsão é que todas as 304 SEs da companhia estejam, até 2026, utilizando a tecnologia BIM e avançando também em Digital Twin. “Faz sentido por várias razões, inclusive para melhorar a eficiência em realização ao capex dos projetos”, conclui Dantas.