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Na avaliação da Volt Robotics, a modernização do setor trazida pela Medida Provisória 1.300 deverá no primeiro momento aumentar a tarifa para a classe B1, para cair em etapas seguinte. Durante workshop online realizado pela consultoria esta sexta-feira, 30 de maio, o CEO Donato Silva Filho explicou que esse efeito virá porque a MP tem itens com impactos imediatos, como o subsídio baixa renda, que a elevará e outros a partir do ano que vem, como o rateio das usinas de Angra, que trarão redução na composição.
Em seguida haverá a chance de migração ao mercado livre e o fim do desconto da energia incentivada, ao longo do tempo. Silva Filho fez um exercício do que aconteceria com o consumidor da classe B1 em 2027 na migração. Segundo ele, em média, de uma conta de luz de R$ 100, cerca de R$ 35 vão para as geradoras e é nessa parte que haverá margem para redução de valor com a abertura. Custos de distribuição, transmissão, encargos e ICMS continuam.
“Cada distribuidora tem um mix diferente. Significa que preço da energia que o consumidor vai comprar no mercado livre terá que ser mais barato que o mix da distribuidora”, avisa.
De acordo com Silva Filho, os impactos serão mais visíveis para os consumidores que são atendidos por distribuidoras que por uma série de motivos compram energia mais cara. Aqueles que estão na área de concessão de distribuidoras que compram uma energia de menor valor, terão um impacto menor. Outro ponto é a participação da energia na tarifa da distribuidora, que também acabará impactando proporcionalmente no valor final.
Levantamento feito pela Volt mostrou as diferenças de valores da energia comprada pelas distribuidoras. Há uma com custo de R$ 387/ MWh e outra com R$ 219/ MWh. Segundo a Volt, a média do mercado livre na BBCE para energia convencional estaria em R$ 190/MWh. A maior economia para um consumidor será de 26% e a menor, de 5%.
“Na nossa visão, com a tarifa de hoje, todos os consumidores teriam uma redução de custo com a migração”, aponta. Ainda de acordo com o CEO da Volt Robotics, hoje o consumidor só se preocupa com o valor da tarifa final e com a data de vencimento. Com a abertura, haverá o interesse dele sobre a composição da tarifa.
Durante o worskhop, houve a participação do secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia, Fernando Coli, que explicou as diretrizes da MP 1.300 e as suas expectativas. O fim do desconto para energia incentivada foi justificado por ele sob a alegação que com a abertura de mercado, todos teriam direito.
Ao ser questionado por que o encargo de Itaipu não foi rateado como o de Angra. Coli respondeu que isso chegou a ser cogitado, mas a discussão do anexo C ainda não foi encerrada.