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Um dos estados mais afetados pelos cortes de geração renovável desde o ano passado, o Piauí está confiante em uma solução. Durante a abertura da Brazil Energy Conference, na última quarta-feira, 4 de junho, em Teresina (PI), o governador Rafael Fonteles (PT) se mostrou confiante em uma solução nos próximos dias. Uma das saídas que se cogita seria a limitação dos cortes em 10%, mas que ainda careceria de detalhamentos sobre a aplicação.
De acordo com o presidente da Agência de Atração de Investimentos Estratégicos do Piauí (Investe Piauí), Victor Hugo de Almeida, que também participou do evento, o curtailment hoje é uma realidade e vários países o vivenciam. A discussão deveria ser pela busca de soluções no curto prazo que mitiguem os impactos e fique próxima dos 10%, que, segundo ele, seria mais perto da realidade global. Segundo ele, há geradoras no estado com cortes de 23%.
“Todos os países vivem o curtailment. O setor já está preparado para isso. O que está sendo discutido é o percentual”, explica. O governo criou um Grupo de Trabalho sobre esse assunto, que vem recebendo elogios dos agentes pela forma como o tema vem sendo conduzido.
Para Almeida, o desafio do setor é chegar a um percentual viável e competitivo para que os projetos continuem sendo atrativos financeiramente. “Os fundos estão ávidos para financiar esses projetos, estão atualmente aguardando uma melhor definição do curtailment”, aponta. Segundo ele, a renovabilidade da matriz do estado tem feito com que ele seja considerado um dos melhores locais para atrair empreendimentos com a pegada da sustentabilidade e da transição energética.
Almeida não vê a indústria renovável impactada por uma crise de falta de demanda. A culpa também estaria nas restrições aos geradores e vencido esse desafio, os projetos voltariam a ser executados. Ele dá como exemplo os Centros de Processamento de Dados (Data Centers). Segundo ele, 2025 será o ano dos DCs e o Piauí e o Nordeste vem sendo buscado por grandes players dessa indústria que querem se instalar na região.
“Não vejo como crise de demanda, vejo como ajuste necessário do setor diante dessa política de curtailment que deve ser melhor administrada pelo governo federal”, aponta.
*O repórter viajou a convite da organização do evento