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A Spic Brasil pretende disputar o leilão de baterias que deverá ser realizado ainda este ano. Em painel realizado nesta quinta-feira, 5 de junho, durante o Brazil Energy Conference, em Teresina (PI), Roberto Monteiro, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da empresa, revelou ainda que a geradora chinesa tem uma fábrica de baterias no seu país, o que potencializa a participar da disputa. “Se tiver o leilão de bateria e se for esse ano, a gente participa”, afirma.
Apesar de previsto no calendário do governo, ainda não há uma data de realização e nem mesmo as suas diretrizes estão definidas. As baterias também carecem de uma normativa específica.
Mas não é apenas o leilão de baterias que interessa a Spic. O Leilão de Reserva de Capacidade também está nos planos. A disputa deverá ser com a UHE São Simão (MG/GO – 1.710 MW), através de uma expansão da capacidade. O leilão deveria ocorrer em junho deste ano, mas a chance de uma judicialização do certame fez com que ele fosse suspenso. A expectativa do governo é de realizá-lo ainda este ano.
A Spic mostrou no painel os efeitos do curtailment nos ativos renováveis do país. Já são R$ 2 bilhões em prejuízos acumulados desde 2023 e em 2024 foram 2.000 GWh rejeitados em 2024, que levaram a perdas de R$ 650 milhões. No Brasil, o seu complexo solar Marangatu ficou entre os 10 mais afetados, com cortes de até 60% na geração.
Por conta dos cortes, foi necessário em alguns casos ir a mercado e comprar energia para cumprir contratos. Monteiro alertou que esse quadro afeta a rentabilidade dos projetos, especialmente nos primeiros anos de operação, comprometendo a viabilidade financeira e atração de novos investimentos.
Segundo o executivo, a falta de uma solução para os cortes de energia tem sido um complicador para os investimentos no setor renovável brasileiro. “Como vai investir se as plataformas atuais estão tomando essa penalidade?”, indaga. Para ele, o curto prazo é afetado, mas como a China é um investidor que se volta para o longo prazo, não há efeito nesse período.
Ele acredita que uma revisão regulatória, com os cortes por confiabilidade e indisponibilidade externa tendo o mesmo tratamento e ressarcimento justo, é um caminho para mitigar os impactos dos cortes. Uma governança eficaz, com a padronização dos critérios e adoção de transparência, assim como a valorização e remuneração dos sistemas ancilares, também foram citadas por Monteiro.
*O repórter viajou a convite da organização do evento
(Matéria alterada às 11h50 para esclarecimento de informação quanto aos impactos do curtailment no Brasil e nos ativos da Spic)