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O governo espera contar, a partir de janeiro de 2021, com suprimento de energia e de potência provenientes de fontes renováveis e de tecnologias de armazenamento para atendimento a Boa Vista e localidades conectadas ao sistema isolado da capital de Roraima. Essa oferta será contratada em leilão previsto para os próximos meses e deverá substituir a energia importada da Venezuela e os contratos de usinas termelétricas a óleo diesel que operam atualmente no sistema.

A contratação deve ocorrer em paralelo com o as tratativas para obtenção do licenciamento da linha de transmissão que vai  conectar Boa Vista — única capital brasileira ainda isolada — ao Sistema Interligado Nacional.

A portaria com as diretrizes do leilão estão em consulta pública aberta na semana passada pelo Ministério de Minas e Energia. Em nota técnica, o MME destaca que o contrato de suprimento com a Corpoelec vai terminar em 2021, e até o momento a estatal venezuelana responsável pela energia da hidrelétrica de Guri não manifestou interesse na renovação.

A essa incerteza somam-se os constantes apagões provocados pela falta de manutenção do trecho da linha de transmissão que transporta a energia dentro do território venezuelano. O trecho brasileiro é operado pela Eletronorte.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica mostram que de julho a setembro desse ano foram registrados 45 blecautes em Roraima. Desses, cerca de metade (22) ocorreram no mês passado, quando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico decidiu autorizar o uso das térmicas que faziam a complementação da carga local para o atendimento a todo o consumo de Boa Vista. A decisão é polêmica, porque pelos cálculos de técnicos do setor a sairia mais barato fazer a manutenção da linha de transmissão que gerar energia térmica.

O sistema elétrico da capital de Roraima tem quatro térmicas com 216,6 MW de capacidade instalada e contratos com prazos de vencimento entre outubro de 2019 e dezembro de 2020, já incluindo uma eventual prorrogação. As UTEs Monte Cristo (125 MW), Floresta (40 megawatt), Distrito (40 megawatt) e Novo Paraíso (12 megawatt) têm consumo médio diário é de 1 milhão de litros de óleo diesel, que custam entre R$ 3,4 milhões e R$ 3,8 milhões, segundo dados da Eletrobras. Essa despesa é coberta com recursos da Conta de Consumo de Combustíveis e paga por todos os consumidores do país na conta de energia elétrica.

A carga mensal de energia de 2018 em Roraima está em 140 MW médios. Na revisão do orçamento 2018 da Conta de Desenvolvimento Energético, aprovada no mês passado pela Aneel, foi incluído custo adicional mais R$ 400 milhões para o atendimento à carga total de Boa Vista por energia térmica entre outubro e dezembro desse ano.

Leilão

A minuta de portaria do MME com a diretrizes do leilão de Roraima prevê o cadastramento para o certame de soluções de suprimento que contemplem mais de um tipo de fonte, como as renováveis e o armazenamento de energia. Um sistema de armazenamento, pode entrar, por exemplo, de forma isolada ou integrada a outras fontes, desde que atenda requisitos técnicos estabelecidos. A expectativa é de que o certame atraia também projetos de fonte térmica, que poderão participar a disputa desde que apresentem garantias de suprimento de combustível.

Estão previstos contratos de energia por 15 anos e de potência por sete anos, prorrogáveis por mais três anos. A contratação do produto energia, explica o MME, nasceu da necessidade de expansão da produção de fontes renováveis na região, onde onde predomina a geração termelétrica a diesel.

Ele será complementado pelos contratos de potência, nos quais serão ofertadas soluções de suprimento “com capacidade de modulação de carga e flexibilidade necessária para operação variável.”  Veja aqui os documentos da consulta.