O consumo de eletricidade no Brasil atingiu os 46.992 GWh em abril de 2025, nível 0,8% menor, ante o mesmo mês de 2024, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 564.129 GWh, alta de 3,6% na comparação com igual período anterior. Entre as classes, a indústria lidera a alta no consumo com taxa interanual de 1,4%, seguida pelo consumo residencial depois e a comercial.

O consumo industrial de eletricidade em abril foi 16.592 GWh, alta de 1,4% na comparação interanual. Entre as regiões, o Norte (+12,2%) se destacou, seguido do Nordeste (+6,0%), Centro-Oeste (+2,5%) e Sul (+0,7%). O Sudeste (-1,6%) retraiu. A alta alcançou 19 dos 37 setores monitorados. Entre os dez setores mais eletrointensivos da indústria, cinco consumiram mais e quatro retraíram, enquanto a metalurgia (+0,1%; 6 GWh) ficou estável. Neste setor, o aumento do consumo para produção de alumínio foi anulado pela retração na siderurgia. A extração de minerais metálicos (+15,1%; +170 GWh) se destacou, registrando a maior taxa de expansão. Foi também o setor que mais contribuiu para a alta do consumo industrial no mês.

Já o consumo de energia no setor residencial foi de 14.611 GWh, o que representa uma queda de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse recuo foi influenciado pelas temperaturas mais amenas observadas no período, que reduziram a demanda por climatização nas residências. Entre as regiões do país, apenas o Centro-Oeste registrou crescimento no consumo, com aumento de 1,6%. Destaca-se que, ao se aplicar o ajuste pelo ciclo de faturamento das distribuidoras, a região Sudeste teria apresentado alta de 1,4% no mês. No recorte por unidade da federação, os maiores recuos foram observados em Roraima (-13,7%), Santa Catarina (-12,6%) e Rio Grande do Norte (-10,2%).

O consumo da classe comercial totalizou 8.800 GWh em abril de 2025, registrando retração de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A queda foi influenciada principalmente pelo desempenho mais fraco do setor de comércio e pelas temperaturas mais amenas observadas no mês, que reduziram a necessidade de climatização nos estabelecimentos. Regionalmente, a retração no consumo de eletricidade da classe comercial em abril foi puxada pelas regiões Sul (-6,8%), Nordeste (-3,1%), Sudeste (-2,3%) e Norte (-0,1%). O Centro-Oeste, por sua vez, apresentou um leve crescimento, com alta de 0,8% no período.

Ambiente de contratação

Quanto ao ambiente de contratação, o movimento de migração de consumidores cativos para o mercado livre permanece intenso após abertura para todos os consumidores do grupo A (alta tensão) em janeiro de 2024, estabelecida na Portaria nº 50 de 2022 do Ministério de Minas e Energia (MME). Em abril, o mercado livre, com 21.179 GWh, respondeu por 45,1% do consumo nacional de energia elétrica, crescimento de 8,3% no consumo e de 42,5% no número de consumidores, na comparação com abril de 2024. O Norte foi a região que mais expandiu o consumo (+15,0%), enquanto o Centro-Oeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (+79,2%).

Já o mercado regulado das distribuidoras, com 25.813 GWh, respondeu por 54,9% do consumo nacional, teve queda no consumo de 7,3% e aumento no número de consumidores de 1,6% em abril. No mercado regulado, o Centro-Oeste registrou a menor retração do consumo (-2,4%) entre as regiões, enquanto o Norte teve o maior aumento no número de consumidores cativos (+3,3%).