A reunião de avaliação anual e análise das perspectivas para o próximo ano da Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares avaliou que há boas perspectivas para a fonte no Brasil caso o ambiente político melhore em 2016. A Abdan defende a participação majoritária da iniciativa privada na construção das quatro novas usinas previstas até 2030 e das oito que estão previstas até 2050. Outra avaliação que a associação faz é que a mão de obra pode se tornar uma preocupação, uma vez que pode haver uma perda do material humano mais qualificado para outros países com programa nuclear mais acelerado.

Para a associação, a construção dessas novas usinas vai criar milhares de empregos e ajudar a acelerar a economia do país, a partir da definição dos sítios onde serão instaladas. No entanto, será preciso uma ação política para aprovação da proposta de emenda à Constituição, permitindo que o setor privado possa projetar, financiar e construir com recursos próprios as próximas usinas, deixando a operação para a experiência dos profissionais da Eletronuclear.

De acordo com o Antônio Müller, presidente da associação, a decisão do presidente dos Estados Unidos Barack Obama de incentivar e apoiar a construção de novas usinas nucleares no país mostra como o setor nuclear está importante no mundo. Há cerca de 70 novas usinas sendo construídas em vários países. Recentemente a Argentina decidiu construir mais duas usinas, além da Inglaterra e do Vietnã.

Outro ponto que a Abdan se preocupa é com a formação de uma cadeia de fornecedores para atender a demanda da construção das novas unidades. A associação se antecipou e fez uma parceria com empresas francesas que estarão prontas para fornecer ao nosso mercado, se instalarem por aqui ou promoverem joint ventures com fornecedores locais. Segundo ela, há outras grandes empresas como a Westinghouse, a Rosatom e a Areva que já estão se preparando para a nova demanda que nascerá, assim que as construções dessas novas usinas começarem.