A Energisa anunciou nesta segunda-feira, 21 de setembro, um acordo de investimentos com a BNDES Participações, que irá regular a captação de R$ 2,5 bilhões para a companhias e suas subsidiárias. De acordo com a holding, os valores captados serão destinados ao reforço da estrutura de capital, com o objetivo de viabilizar a modernização e expansão das 13 distribuidoras do grupo.

A operação envolve um aumento de capital privado, a ser garantido pelos principais acionistas da Energisa, no montante de pelo menos R$ 250 milhões; o repasse de cerca de R$ 1,25 bilhão dos programas Finame e Finem por um consórcio de bancos, formado por Itaú Unibanco, Bradesco, BTG Pactual e Citibank; e a garantia firme pela BNDESpar no montante de até R$ 1 bilhão para subscrição de debêntures simples conjugadas com bônus de subscrição.

“Esta transação reforça ainda mais nossa estrutura de capital, demonstra nosso compromisso com a boa disciplina financeira e o firme propósito com os investimentos em distribuição, adequadamente financiados com recursos de longo prazo”, destacou Maurício Botelho, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Energisa, em nota à imprensa.

As debêntures e o aumento de capital serão alocados na holding e irão prover o capital necessário para novos projetos, incluindo aumento de capital das subsidiárias, se necessário. Já o montante de repasse através do consórcio dos bancos será totalmente utilizado nos investimentos das distribuidoras dos próximos dois anos. De acordo com a Energisa, o valor representa 50% dos investimentos previstos no biênio 2015-2016.

A Energisa informou que 78% do valor do financiamento será dedicado as distribuidoras recém adquiridas da Rede Energia e serão utilizados na melhoria dos indicadores de qualidade, redução das perdas elétricas, projetos de automação, renovação de frotas e expansão da rede. A Energisa Mato Grosso receberá R$ 433 milhões; a Tocantins, R$ 242 milhões; e Mato Grosso do Sul, R$ 196 milhões.

O acordo de investimentos prevê, ainda, alguns compromissos por parte da Energisa, como já implementar algumas alterações no Estatuto Social para adequá-lo às melhores práticas de governança corporativa; em até 48 meses contados da data de emissão das debêntures realizar oferta pública de ações equivalente a 23% do número de ações pós realização do aumento de capital mencionado; e aderir ao Regulamento de Listagem do Nível 2 de Governança Corporativa da BM&F Bovespa.

“Este acordo de hoje consolida um conjunto de ações que a empresa implementou, nos últimos dois anos, para fazer frente à aquisição do Grupo Rede, uma das mais relevantes do setor elétrico nos últimos anos”, concluiu o executivo, referindo-se a venda de ativos de geração por R$ 2,8 bilhões no primeiro trimestre e o aumento de capital realizado em 2013 de R$ 350 milhões, na época da compra da Rede Energia.