O primeiro dia da reunião do Operador Nacional do Sistema Elétrico com agentes para detalhar o Programa Mensal de Operação de maio apresentou uma projeção de queda na carga do SIN. De acordo com os números apresentados, a expectativa é de que haja uma demanda 3,09% menor do que se previa em janeiro desse ano, passando de 67.260 MW médios para 65.179 MW médios. Se essa previsão se confirmar, há a perspectiva de uma retração de 0,1% na carga deste ano na comparação com 2014. A expansão média prevista para o período 2015 a 2019, que estava em 3,9% em janeiro, foi revista e agora é de 3,3%.

Esta nova perspectiva de demanda ,explicou o operador, deve-se ao cenário que se formou desde o início do ano e que tem entre seus elementos: o realismo tarifário, temperatura mais amena somado à recessão industrial que o país tem passado. As novas premissas adotadas para a revisão consideraram o impacto tarifário, a elevação da taxa de juros para o combate à inflação, o corte de gastos públicos e investimentos da Petrobras, além das campanhas de uso racional de energia e a postergação das interligações de Macapá (AP) e de Boa Vista (RR).
Em termos de submercado, a maior redução porcentual da carga entre o que se previu em janeiro e o que será aplicado no PMO de maio, está no Norte, com 6% a menos de carga o que equivale a 334 MW médios no ano. No maior submercado do país o Sudeste/Centro-Oeste essa queda ficou em 3,2% ou 1.276 MW médios a menos nesse ano. O Nordeste tem uma projeção mais próxima do que se estimava em janeiro, mesmo assim é 1,7% menor ou 172 MW médios a menos. No Sul, a nova previsão de carga para o ano é de 2,6% ou 298 MW médios menor do que se previa em janeiro. Essas previsões foram elaboradas em conjunto entre o ONS e a Empresa de Pesquisa Energética.
Somente no primeiro quadrimestre do ano foi verificada uma carga 0,4% menor em 2015 ante 2014 com 67.017 MW médios. A previsão do ONS era de 68.780 MW médios ou 2,6% inferior ao projetado.
O operador ainda não revelou quais são as estimativas de energia natural afluente para o mês de maio. Contudo, há a expectativa da formação de um El Niño que está se configurando. Porém, sua intensidade deverá variar entre fraca a moderada, no máximo e terá impacto muito mais sentido no Sul do país. Se esse fenômeno se confirmar, será muito parecido com o que ocorreu em 2014. Este mês, as grandes frentes frias previstas para o período vão passar por aquela região, a começar pela primeira semana de maio. A previsão é de chuvas acima da média naquela região enquanto o Sudeste deverá ficar seco.
No mês de abril houve elevação das afluências no Norte, levando a UHE Tucuruí (PA, 8.370 MW) a verter água desde o dia 10, ficando nessa condição por 40 dias ao total. A usina está com uma geração de 7.400 MW. Em geral, foram registradas apenas precipitações localizadas, temperaturas mais elevadas que março, principalmente, no NE e entradas de frentes frias mais restritas ao sul.
De acordo com o ONS, estudos indicam que se deve diminuir o deplecionamento da UHE Sobradinho (BA, 1.050 MW) e aumentar o de Três Marias (MG, 396 MW) para poder passar pelo período seco. Segundo reportado aos agentes, as eólicas tiveram no início de abril a sua geração quase zerada devido às chuvas. A fonte chegou a produzir 50 MW apenas, menos de 1% do fator de capacidade. Já para maio a expectativa é de retomada com uma média de 1.200 MW médios O ONS informou ainda que Angra 1 deverá parar em 9 de maio para manutenção devendo retornar ao SIN apenas em 14 de junho, tirando 650 MW do sistema.