A evidência de uma nova etapa de desenvolvimento do setor elétrico que passe pela adoção de equipamentos tecnológicos para gestão de ativos e que entreguem soluções para problemas antes mesmo deles acontecerem fez parte das apresentações no 6º Egaese (Encontro de Gestão de Ativos do Setor Elétrico), promovido pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) em parceria com a AES Tietê, Enel, Chesf, CPFL Renováveis, Isa Cteep e Cemig. O evento, realizado em 25 de setembro, trouxe a oportunidade de os agentes trocarem experiências sobre o que tem sido feito para aperfeiçoar as boas práticas na gestão dos ativos de geração, transmissão e distribuição, ao compartilhar projetos inovadores nacionais e internacionais com os principais nomes e lideranças do setor de energia.
Para a consultora do Procobre, a engenheira Marisa Zampolli, coordenadora e idealizadora do evento, o debate torna evidente que as soluções para gerir ativos físicos com eficiência e proporcionar ganhos financeiros e técnicos para as concessionárias estão endereçadas às mais diversas etapas da atividade econômica. “São muitas as oportunidades para o setor, entre elas estão a aplicação de recursos para o monitoramento remoto, com uso de VANTs (veículo aéreo não tripulado), drones, câmeras 3D embarcadas, câmeras termográficas, equipamentos de robótica subaquática, a exemplo de AUVs (veículo subaquático autônomo) e ROVs (veículo submarino operado remotamente), desenvolvimento de softwares customizados”, ressalta.
Segundo a especialista, a tecnologia tem se mostrado cada vez mais eficiente para minorar a exposição do homem ao risco em atividades operacionais, prover a gestão de espaços de maneira simplificada e favorecer a análise inteligente das informações obtidas com a monitoração remota. “Essas aplicações inteligentes associadas à gestão de ativos têm permitido ao setor de energia avanços com a aplicação de big data e até mesmo ganhos financeiros ao cruzá-los com as informações de outras áreas da empresa para avaliar tendências de comportamento das máquinas, identificação de padrões de desempenho e eliminação de falhas”, afirma Zampolli.
A nova trilha perseguida pelas concessionárias advém, naturalmente, da preocupação de garantir o retorno do investimento realizado. O uso intensivo da tecnologia de ponta como parte do mecanismo de gestão adotado pelas concessionárias tem também outro fator determinante: o setor de energia é dominado por procedimentos e regulado por incentivos, o que interfere no processo de gestão dos empreendimentos.
À medida que o órgão regulador introduz parâmetros como vida útil dos ativos, indicadores de desempenho, requisitos mínimos de performance e níveis de manutenção para determinar a base de remuneração regulatória (BRR), o setor de energia, ativo-intensivo, não pode renunciar ao avanço tecnológico. Como oxigênio para transformar ideias antigas, a inovação simplifica as tarefas rotineiras das concessionárias, muitas delas relacionadas à criticidade, confiança e disponibilidade de cada ativo nos processos de valoração do negócio e de decisão para o investimento racional das empresas.