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A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell está cada vez mais focada em diversificar sua matriz energética. Nesse sentido, a companhia que nasceu no ramo de combustíveis líquidos hoje está com uma presença cada vez maior no setor elétrico. E a perspectiva é de aumentar ainda mais essa atuação ao passo que a transição energética avança por aqui.

Tanto é assim que a empresa é associada à Abraceel e oferece energia no mercado livre e por meio de geração distribuída derivada de uma parceira com o Grupo Gera. De acordo com dados fornecidos pela companhia, a capacidade instalada total da Raízen está em cerca de 1,5 GW e a produção é de 2,1 TWh entre todas as fontes que opera.

De acordo com os números apresentados no balanço do primeiro trimestre de 2023 – a empresa usa o ano safra como referência, por isso o ano já consta como 2023  – o volume de energia comercializado foi de 2,7 GWh. No período, a receita liquida de bioenergia totalizou R$ 770 milhões, aumento de 50% no trimestre, apesar do menor volume comercializado no período em razão da menor geração de energia renovável. O volume comercializado nesse período ficou 45,3% menor.

Contudo, a perspectiva é de crescimento nessa produção a partir do biogás. A unidade Bonfim, localizada em Guariba é a referência da empresa nesse sentido. Nessa planta a companhia possui 21 MW de potência instalada a partir do bagaço da cana, a chamada torta que é o material resultante do processo de produção de etanol e açúcar, e também da vinhaça. Parte dessa produção de biogás é destinada à geração de energia elétrica e outra parte usada em frota de caminhões.

De acordo com Thales Drezza, diretor agroindustrial do polo Araraquara da Raízen, a empresa tem uma perspectiva de investir em mais módulos de Biogás como o que a Agência CanalEnergia visitou na Usina Bonfim, que é a maior da empresa naquela região. A meta é ter mais 39 módulos e assim proporcionar um uso massivo do biogás.

Inclusive já há contratos de fornecimento do insumo para outras atividades como o contrato com a Volkswagen e Yara Fertilizantes na comercialização do biometano. Ele conta que a Raízen já é 100% autossuficiente em energia e que o excedente é exportado para a Rede. De um total de 35 bioparques, como a empresa classifica uma macrorregião onde atua, 20 exportam energia elétrica, seja por meio desse gás, cujos resíduos são reaproveitados como adubo orgânico, ou pela queima do bagaço da cana e palha em caldeiras.

Com o avanço dessa tecnologia a companhia tem como meta aumentar o aproveitamento da cana no que chama de uma economia circular. Após o processamento da planta, parte do bagaço irá para a geração de energia convencional, nas caldeiras existentes nas usinas do etanol de primeira geração e outra parte para as unidades do E2G, o etanol de segunda geração que aproveita a celulose para a produção do combustível líquido.

Inclusive, a companhia está com as obras da planta de E2G e ritmo acelerado e a previsão é de entrar em operação já em 2023. O investimento nessa unidade é de R$ 1 bilhão. Há mais duas que devem produzir a partir de 2024 com investimentos nessa ordem de grandeza em cada uma. A unidade de Univalem e de Barra. Até 2030 a empresa deverá ter ao total 20 unidades de E2G.

“Com essa tecnologia podemos produzir 50% a mais sem aumentar a área cultivada”, apontou o executivo.

Ainda no sentido de ir rumo à economia de baixo carbono, o vice-presidente de Energia e Renováveis da Raízen, Frederico Saliba, diz que o etanol de segunda geração é uma “peça fundamental na transição energética, pois contribui no enfrentamento das mudanças climáticas, com uma pegada de carbono 30% inferior ao etanol convencional”.

A Raízen opera atualmente 35 parques de bioenergia com 105 milhões de toneladas de capacidade de moagem, já considerando a Biosev. Até 2030, tem as plantas de E2G totalizarão mais de 1,6 bilhão de litros, utilizando biomassa e palha não aproveitados no processo do etanol de primeira geração.

*O repórter viajou a convite da Raízen