O preço do biogás deve ser mais competitivo a partir de 2025, quando deverá ficar em torno de US$ 8/ MMBTU a US$ 9/ MMBTU, segundo a estimativa do Outlook 2024 do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Hoje o preço está em torno de US$ 14 e US$15/ MMBTU, mais caro que o do gás natural. De acordo com Bruno Pascon, diretor e sócio do CBIE, o país tem tudo para liderar o setor mundial de biometano, já que a maior parte do energético vem dos aterros, uma tecnologia mais cara que a dos biodigestores. Essa outra forma de obter o biometano está ligada ao setor da agropecuária, que com as boas performances esperadas eleva a produção e reduz o preço.

“Conforme a produção de biometano sai da cidade e vai para o campo, esse preço tende a cair, em função da tecnologia ser muito mais barata e o preço fica muito parecido com o gás natural”, explica. Ainda de acordo com Pascon, a substituição do diesel pelo biometano é factível, uma vez que o derivado do óleo está quase o dobro do energético verde.

No gás natural, os preços no Brasil este ano devem girar em torno de US$10,92/ MMBTU, valor 13,8% abaixo dos US$12,67/ MMBTU de 2023 e ainda mais competitivo que o biometano. O diretor do CBIE chama a atenção para o alto volume de injeção de gás no país, que em 2023 ficou em 78 milhões Mm³/ dia, com uma demanda de 63 milhões Mm³/dia. “O Brasil mais reinjetou gás que produziu”, alerta. A situação ocorre pelo gargalo no escoamento, com a ausência das Rotas 3 e 4, que ainda não entraram em operação.

“O Brasil poderia ser autossuficiente para abastecer o mercado doméstico. A gente não é por conta dessa prática de injeção, porque não temos capacidade de escoamento suficiente para trazer o gás do litoral para vender”, observa Pascon.